FORMAÇÃO
Wellington protagoniza a peça encenando o Semente e busca lançar sua semente do bem para a alegria das crianças
por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos
Amigo de Jonas desde a penitenciária Lemos de Brito (ver matéria sobre Jonas), Welligton de Freitas, 40 anos, que interpretou o Semente na peça, ingressou no grupo tão logo que surgiu a oportunidade. Ele acreditou no poder que a arte teria para transformar sua vida e resgatar o orgulho de sua família, mas nunca imaginou que um dia estaria se apresentando para um público capaz de levar sua mensagem para as crianças de que tanto gosta. “Nunca nos apresentamos para pessoas tão especiais”, afirmou este pai de três filhos, empolgado com a receptividade do público.
Ele conta que o projeto só pode ser levado adiante por causa da unidade em que viviam, no hoje desativado complexo penitenciário Frei Caneca, no Centro do Rio de Janeiro. “A Lemos de Brito era uma cadeia modelo, com espaço para cursos e atividades culturais.” Apesar disso, as limitações financeiras e materiais dificultaram, que só fizeram piorar com a desativação da cadeia e a transferência do coletivo para Bangu, impediram que o grupo mantivesse uma atividade constante.
Mas nem tudo é pedra no caminho do Criadaki, que recebe bastante apoio dos professores das unidades prisionais por onde passam. As famílias dos presos também gostam do grupo, especialmente as crianças. “Nós somos a alegria do dia de visitas”, explica. “O trabalho é pra divertir a nossa família mesmo. Além de transmitirmos nossa mensagem, alegramos a criançada.”
O grupo, que existe há seis anos, não tem pretensão de se profissionalizar. Mas se engana quem pensa que o único objetivo do CriaDaki seja animar as tardes de visita do complexo penitenciário de Bangu. “Queremos levar nosso espetáculo para as comunidades carentes, para que as vejam que não é engraçadinho segurar armas”, explica. O sucesso feito durante a formação dos mediadores do Bairro-Escola será um grande estímulo para essa jornada. “Não posso negar que foi um prazer ouvir essas palmas, acho que vou fazer isso sempre.”
Interatividade:
Conte uma experiência em que o reconhecimento público te deu mais força para caminhar.
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