por Wanderson Duke Ramalho
Sentou-se na última fila em uma cadeira vermelha daquele cinema no final da rua dos ventos. Eram as últimas cadeiras das quais ainda poderia ter-se uma visão privilegiada. Acometido por um paradoxo de alegria e vazio ao mesmo tempo, algo até então comum, vindo daquele garoto que na adolescência costumava pintar calçadas com giz de pedra carvão. Era perceptível nos olhos vermelhos (pelo relativo consumo de vinho tinto em um bar da esquina da rua 51), nada estava tão lúcido.
Aqueles questionamentos de amores implícitos vinham ao encontro do filme, uma miscelânea de drama e romance pelas ruas da Áustria do século XX. Vinha ao encontro dos andares despretensiosos dos personagens por entre ruas e vielas com pouca luz e bares boêmios, embora ainda não fosse noite, o dia era noite velada.
Ainda assim acreditavam que o amor altruísta é paciente e pacato, nasce e tem vida na hora exata. As convicções são prenúncios de tempos em tempos, consumíveis ou não, estão intrínsecos aos olhos que vigiam olhos. Paciência é aptidão. Os braços se curvaram no segundo exato, ainda que seja na última fila, preferem entrar sem serem convidados.
É assim, sempre será.
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domingo, 30 de agosto de 2009
Silêncio...
MINICONTO
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