terça-feira, 11 de agosto de 2009

Peripécias matemáticas

FORMAÇÃO

Professoras de matemática estranham uso de Malba Tahan, mas estão empolgadas com as mudanças no Bairro-Escola
por Mayara Freire e Raphael Teixeira

Novidade e bons resultados são o que as estudantes de pedagogia buscam na sua nova experiência de trabalho. Marcela Pinheiro, de 19 anos, e Amanda Santos, 21, estiveram em sua primeira reunião de formação de estagiários do horário integral das escolas municipais que possuem o Bairro–Escola. Moradoras de Queimados, estavam entusiasmadas com esta nova perspectiva na educação de crianças de Nova Iguaçu.

“A principal discussão hoje foi sobre a nova metodologia de trabalho sugerida por eles. Usaremos a matemática nas oficinas como recurso para trabalhar a oralidade, ou seja, estimular as crianças a falarem e participarem mais. Achamos curioso”, contou Amanda Santos. Elas se referiram às oficinas Cultura/Matemática, que começarão no próximo semestre nas escolas municipais. As aulas serão baseadas no livro “O Homem que Calculava: aventuras de um singular calculista persa”, um romance infanto-juvenil do escritor brasileiro Malba Tahan.

A história do livro se passa no mundo islâmico medieval e trata das peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Inclui ainda lendas e histórias pitorescas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez e a história da filósofa e matemática Hipátia de Alexandria. “Vamos contar histórias do livro e vamos estimulá-los a dizer o que entenderam. Com isso, iremos fazer com que se expressem, além de trabalhar com interpretação de textos. Iremos incluir também formas geométricas nas análises dos textos, de maneira que inclua levemente a matemática”, explicou Marcela Pinheiro.

Apesar de ambas as mediadoras já terem experiência com crianças, elas destacam as prováveis dificuldades de aplicar as oficinas. “Nossa expectativa é grande em realizar um bom trabalho, mas queremos ver na prática. Poderemos ter problemas em fixar a atenção deles, pois sabemos que é difícil agradar todos os alunos ao mesmo tempo: uns se interessam e outros não. Além disso, não sabemos ainda como eles vão reagir a esses estímulos”, disseram as mediadoras.

No entanto, elas contaram que se encantaram com a idéia de integração com o bairro ao buscar histórias e vivenciar a experiência de moradores, ou seja, haver trocas da vida escolar com a comunitária. Para isso, disseram estar dispostas a desenvolver um trabalho dinâmico, que seja capaz de mudar o paradigma da metodologia de uma sala de aula. “O grande diferencial das oficinas culturais do Bairro-Escola é possibilitar que os alunos aprendam mais, brincando e se divertindo. É uma situação nova para elas e sabemos que irá fazer diferença em sua formação e na nossa também, como uma troca”, disse Amanda. E a amiga completou. “Vai ser enriquecedor lidar com diversas situações vivenciadas pelas crianças. Gosto de trabalhar com elas, pois mostram em estar dispostas a conhecer sempre coisas novas”.

Interatividade:
Conte para nós de que forma você reage a mudanças no seu trabalho ou na sua vida.

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