Rodrigo Fonseca explica o papel dos longas-metragens de baixo custo no contexto do II IGUACINE
por Edson Borges Vicente
Oitenta por cento. Esse é o percentual de produções de baixo custo dentro do mercado cinematográfico brasileiro. Apenas os 20% restantes, cujos orçamentos chegam à cifra dos milhões, são destinados aos Multiplex. Diante desse quadro e considerando a natureza das produções exibidas no II Iguacine, foram escolhidos “Um Lobisomem na Amazônia” de Ivan Cardoso, “Sans Peña” de Vinicius Reis, “Todo Mundo tem problemas sexuais” de Domingos de Oliveira e “Marcelo Zona Sul” de Xavier de Oliveira como os longa-metragem representativos da produção autoral carioca fora das películas de orçamento cavalar.
Rodrigo Fonseca, crítico de cinema do Jornal o Globo e professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu fez a curadoria dos longas. Sua meta era representar o cinema enxuto, porém criativo e que, como se pode perceber, corresponde à maioria dos projetos nacionais. “Até por que se fossem oitenta por cento de lançamentos gigantes teríamos 5 filmes e não 70 como a gente tem”, ressalta.
Segundo ele, havia também a necessidade da presença de alguns mestres com olhares particulares e autorais sobre cinema, com ampla trajetória cultural. Nesse sentido, Domingos de Oliveira, diretor de teatro, cineasta e ator; Ivan Cardoso, fotógrafo e artista plástico renomado e Vinicius Reis com trabalho amplo em pesquisa e de documentários que confluiu o trâmite da ficção para o documentário foram escolhidos para dar um toque especial ao festival.
A presença dessas pérolas, segundo Rodrigo, é de suma importância. “Mais do que importante, eu acho fundamental para a construção de um evento cuja meta é frisar que Nova Iguaçu tem cinema, está produzindo cinema e mais do que isso, tá pensando cinema, que é o papel da Escola na cidade”. Frisa ele.
Ainda quanto às aspirações iguaçuanas ao cinema, ele comenta o sentido do trecho inédito do filme que trata da vida do operário-presidente Lula. Uma pessoa que sempre aspirou o reconhecimento de sua militância política e correu atrás disso.
“Eu sugeri que a gente abrisse com o corte do Lula por que Eu acho que a gente tá trabalhando com a noção de uma cidade que quer se fazer enxergar como produção áudio-visual. Então, colocar um filme de uma pessoa que quis se fazer enxergar como pensador da política, eu acho que é confluir pensamentos e ambições estéticas e éticas”. Finaliza. Boa Leitura!
Interatividade:
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sábado, 29 de agosto de 2009
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HOJE NO II IGUACINE
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