por Raphael Teixeira
A vida é uma renovação infindável. Uma substituição de perdas. Um descompromissado e despretensioso jeito dizer ao mundo “vida que segue”. Nessa percepção de enxergar a arte do encontro da vida, embora o desencontro se faça valer permanentemente, é preciso, como a menina karolynne mostra no curta da Paraibana Ana Barbara Ramos, Sweet Karolynne, amenizar as dores da perda e fazer graça do prumo que a vida toma
O curta conta a história da vida que Karolynne leva na Paraíba. De família humilde e apegada a coisas simples, porém prazerosas da vida, essa que poderia ser a historia de milhões de brasileiros, fala da relação da menina com as perdas e a maneira muito natural de encarar a morte. E mostra, sobretudo, o jogo de cintura que ela se arma para desviar de armadilhas sem se arranhar. Como no caso de ver seu galo de estimação indo para a panela.
Com sorriso largo e carisma característicos de uma nordestina e a experiência que uma vida sem luxos lhe proporciona, a menina, que aparenta uns dez anos, se apega as coisas simples e passageiras da vida, como seu galo Jarbas. Discorre eloqüente quase com um sorriso cruel no canto da boca ao falar do fim trágico e suculento do galo. Porém, antes mesmo de sofrer, superou essa perda. Pensa no próximo pintinho. E não há falta de inocência nela, não é isso. Sobra maturidade. Enquanto o pai tenta a cada dia fazer com que Elvis Presley renasça, em seus shows como couver, Karolynne vive intensamente o hoje. Ensina ao pai a maneira como se deve gozar o bom da vida.Onde ainda a alegria é melhor do que ser triste. Intensa e com limites. Os limites da vida e da morte.
Interatividade:
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