sábado, 29 de agosto de 2009

Rotina em cena

HOJE NO II IGUACINE

Diretor Allan Ribeiro concorre na Mostra Competitiva com o curta “Depois das Nove”
por Mayara Freire

Foi exibido hoje a tarde, no segundo dia de exibição dos curtas-metragem da Mostra Competitiva do Iguacine, o filme “Depois das Nove”, dirigido por Allan Ribeiro. O curta, de 15 minutos de duração, é um filme curioso, com roteiro simples, no qual podemos perceber a rotina trivial de um jovem que mora com sua avó em um apartamento em Copacabana. A repetição dos acontecimentos na vida do personagem Rafael, não o faz despertar qualquer emoção e motivação. Associação que pode ser feita com a personalidade do personagem principal de Albert Camus, em O Estrangeiro, porém mais humanizado e contemporâneo. Certo dia ele é surpreendido com uma tragédia e sua avó é levada para o hospital. Neste momento do filme, a rotina do jovem é quebrada e ele passa a ver a vida com outros olhos. Rafael retoma a vida com mais envolvimento e percebe seus momentos de encanto.

A moral da história é clara, no entanto, é encantadora a escolha da narrativa e a maneira em que foi feita a direção. Segundo o diretor do filme, o roteiro se baseia em uma grande virada que pode acontecer na vida das pessoas. “O roteiro foi bastante pessoal, e tentei explorar um universo de Copacabana, onde moro. Quando cotifiano do personagem muda, ele altera seu jeito e passa a ter mais consciência de sua realidade, expressando outro tipo sentimento”, contou Allan.

Pouco popular no país, a linguagem de curta metragem é normalmente identificada por ter duração máxima de 25 minutos. De acordo com Allan, o longa e o curta são dois universos com a mesma proposta, mas são modelos diferenciados. “É um formato maravilhoso, possibilitando fazer uma experimentação com maior liberdade. Além disso, não precisamos se preocupar com patrocinadores, já que normalmente não exige muitos recursos financeiros”, explicou o diretor. Ele ainda disse a repercussão desse tipo de mídia. “O curta-metragem não é comercial e não tem pretensão de atingir o grande mercado. Pode ser vendido para TV, sites e são vistos em exibições pagas e festivais. Geralmente não temos um retorno financeiro com esse produto. Na verdade, escolhi o cinema como uma arte que permitisse eu me expressar de alguma forma”, concluiu Allan Ribeiro.

Para assistir curtas do Allan Ribeiro acesse: Porta Curtas

Interatividade:
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