domingo, 30 de agosto de 2009

Cinco, seis... mil sentidos

Ontem no II Iguacine


Mostra Competitiva 4 agita a noite de sábado no Iguacine
Por Dariana Nogueira

Se “todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite”, na noite de ontem a expectativa foi correspondida. Às 18h, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, foi dado início à 4ª mostra competitiva de curtas-metragens do Iguacine. Nove maravilhosos filmes foram expostos, arrancando do público que lotava o teatro as mais variadas sensações.

Se me pedissem pra definir a quarta mostra em uma palavra, a primeira que me vem à cabeça é SENTIDOS. Porque foram eles que estiveram aguçados durante toda a sessão de forma incomum.

Os filmes atingiram uma capacidade incrível de interação com o público, onde um show de sons, como no enérgico “Voltage”, de Willian Paiva e Filippe Lyra (PE), aguçou os ouvidos da platéia em meio ao caos presente em sua composição; junto com todo o dinamismo de “Sala de montagem”, de Umberto Martins (SP), dando ao público a oportunidade de adentrar nos “meios” da produção de um filme, complementado pelo som doce e melódico da voz de Fernanda Takai interpretando “Luz Negra”, que deu um toque mais que especial à produção, deixando de ser um mero detalhe para protagonizar o trabalho.

As imagens incríveis de “Vidigal”, de Cavi Borges e Gustavo Melo (RJ), captados de maneira autêntica e surpreendente; e de “Trilhos”, de Andréa Souza (RJ), concedem ao público para além do ‘ver’, a sensação do ‘pertencer’; e o movimentado “Ocidente”, de Leonardo Sette (PE), vem para completar a bela sequência.

Nas dores, odores e sabores nada mais representativo que “Arquitetura do corpo”, de Marcos Pimentel (MG), mostrando através da bela e dolorosa linguagem da dança as [i]limitações do corpo humano; ou “Nem marcha nem chouta”, de Helvécio Marins Jr. (MG), que inquieta, irrita, enoja... fere; “Nacos de pele”, de Leonardo Barcelos e Hélio Lauar (MG) que partilha nostalgia, angústia e solidão durante toda exibição; e não esquecendo dos calafrios causados pelo sensitivo e bem-humorado - para surpresa de sua criadora - “Como um mormaço muito quente”, de Keila Serruya (AM), que por cerca de 5 minutos fez desaparecer o ambiente frio e condicionado da sala de exibição.

Com todas as minhas impressões, sensações e impactos tudo o que eu não queria é estar na pele do júri, mesmo porque, até domingo a noite “tudo pode mudar”.

Interatividade:
Qual filme da quarta mostra mais te impressionou?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uma kombi que resiste ao tempo

II IGUACINE Exibido na sessão de homenagens do II Iguacine, 'Marcelo Zona Sul' continua encantando plateias 40 anos depois de sua es...