ONTEM NO II IGUACINE
Filme de Keila Serruya mostra o Amazonas por um ângulo diferente
por Camilla Medeiros
O filme desperta muitas sensações no espectador: o excesso, a repetição, as cores, o suor pelo corpo, chega a agonizar quem assiste. No que se propõe, o curta veio cheio de surpresas, e a ação mecânica dos atores, e a trilha prepara o ambiente para o calor que está por vir, ou melhor, um ‘mormaço muito quente’.
Ao olhar para o lado percebi sorrisos, caras feias, e com toda certeza tinha alguém se abanando, apesar do ar condicionado da sala de projeção. A diretora comentou no fim da exibição que nunca tinha assistido ao filme com um público que achasse graça nas cenas - com certeza, um filme capaz de despertar muitas leituras.
Apesar de se passar no Amazonas, o cenário é quase idêntico aos muitos encontrados no Rio de Janeiro e São Paulo. Essa identificação com outros estados brasileiros, e a aproximação com situações cotidianas, nos remete à coerência que existe no nosso país. E uma visão diferente de um estado tão projetado mundialmente. O filme foca em outro ambiente, que não são as matas, nem as águas em abundância do estado, o urbano, o asfalto, o calor, que também se encontra lá.
“Como um mormaço muito quente” é um curta que sem dúvidas quebrou muitas visões preconceituosas sobre as possibilidades de produção artística do nosso país. E dentro da mostra competitiva, o curta veio com grandes chances de ser premiado.
Interatividade:
Você sabia que há favelas no Amazonas?
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