O IGUACINE VEM AÍ
Novelas e seriados enfim conseguem mostrar questão homossexual sem preconceito
por Carine Caitano

Alunos do Instituto de Educação Rangel Pestana, em Nova Iguaçu, e também integrantes do Grêmio Estudantil nos falam sobre essa mudança e como isso influencia a sociedade.
Vitor Carvalho e Leonardo Costa são, respectivamente, diretor de cultura e esporte do grêmio. Amigos desde o início do curso normal, perceberam o quão errada estava sua postura ao falar de homossexualidade quando conheceram gays diferentes dos vistos nas telinhas. "A gente tem uma mania de dizer que uma pessoa nem parece gay. E a gente nem percebe que isso já é uma forma de preconceito, pois consideramos que ela precisa ter determinadas características para ser gay", explica Leonardo. "E essa questão é cultural. Por mais que vejamos homossexuais na tv, eles são sempre engraçados, bonitos... diria até caricatos, sem medo de exagero. Mas acho que qualquer iniciativa de mostrar diversidade é ben-vinda", completa Vitor.

Pensamentos como esse já foram voz do público americano. Sucesso por la e com downloads crescentes no Brasil, temos séries como Queer as Folk, Queer Eye for the Straight Guy e The L Word. A primeira série, exibida a partir de 2000, inovou na quantidade de personagens e tramas principais retratando o mundo gay. O segundo é um reality show de uma hora de duração onde cinco homens homossexuais, cada um especializado em uma área diferente, ajudam homens héteros a organizar desde roupa a design de interiores, passando por culinária e vinhos, arte e cultura e higiene pessoal e cabelo. Já TLW, no ar por seis temporadas, mostra as vidas de um grupo de amigas lésbicas e bissexuais que vivem na cidade de Los Angeles, Califórnia.
Com temáticas diferentes, os programas ganham o público pela naturalidade ao falar de adoção de crianças por casais homoafetivos, preconceito no mercado de trabalho, dúvidas quanto à sexualidade, luta por direitos LGBT e transsexualidade, tema que ainda é pouco discutido e entendido. Todas essas tramas ajudam a formar opiniões e são importantes, pois não investem em pornografia ou apelos. Mostram homossexuais vivendo em seu dia-a-dia como qualquer heterossexual, com as dificuldades e conquistas.

The L Word, por exemplo, nos mostra mulheres lindas, bem-sucedidas e gays. Há pouco tempo, essas palavras nem combinariam na mesma frase. Séries como essa nos fazem enxergar pessoas. Não héteros ou homos, não brancos ou negros, não nossas diferenças, mas ao contrário, aquilo que nos une.
Interatividade:
Qual foi o personagem gay das novelas brasileiras que mais o marcou?
Não acho que o homossexualismo deva ser apoiado por programas de tv. Mas, se o objetivo é fazer enxergar o ser humano, independente da opção sexual e evitar maiores conflitos, acho a iniciativa válida. Talvez fosse necessário ter o outro lado, quem acha que esses programas incentivam jovens a "mudar de lado". No mais, parabéns pela matéria, ficou bem fluída, apesar do assunto delicado.
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