Madrinha reciclável

MINISTRO NA BAIXADA

Criatividade chama atenção no encontro com o ministro da Cultura
por Alexia Sousa e Hosana Souza / Foto: Wanderson Duke

Na entrada do Tênis Clube de Mesquita, espalhavam-se pequenos stands de artesanato. Dentre eles, o de Mere Farias, 45 anos, chamava
bastante a atenção. Todas as pessoas que se aproximavam para observar ficavam encantadas com os brincos e colares dela. Mas, para a satisfação da criadora, se espantavam ao saber que todas as bijuterias eram feitas com garrafas pet. Como uma linda criação daquela poderia ser reciclada?, perguntavam.

Mere mora em Mesquita e faz artesanato como forma de subsistência há dois anos, mas nos conta que desde pequena tem talento para os trabalhos manuais. “Sempre gostei de trabalhar com as mãos, mexer em coisas e inventar. Os meus brinquedos são um exemplo. A maioria era feita por mim”, diz.


A idéia de fazer arte com garrafa pet surgiu de forma inusitada. “Eu fui convidada para ser madrinha em um batizado e na época eu não tinha dinheiro para comprar uma bijuteria nova, mas sou muito vaidosa e também não queria ir ao batizado sem nenhuma joia. Foi então que resolvi inventar. Cortei alguns pedaços de garrafa pet, tingi e fiz um par de brincos, ficaram diferentes, bonitos, guardo-os até hoje”, diz a criativa mulher que, desde o episódio, não parou mais de produzir.

As peças de Mere variam de R$ 3 a R$ 60, são todas exclusivas e, segundo a artista, nenhuma delas é planejada. “Eu simplesmente tenho idéias, sento e deixo fluir a imaginação”.

Mere participou da primeira edição do Rio Artes Manuais, em março do ano passado, onde conheceu uma pessoa que mudou sua vida. "Foi a estilista Emily Vargas, que se apaixonou por meu trabalho e resolveu me patrocinar", comemora. Desde então, Emily tem levado seus brincos e colares para desfiles e exposições em Boston, cidade americana na qual reside.

Interatividade:
Você tem sua fada madrinha? Que desejos ela já realizou?