Maxwell cursava o terceiro período de Direito quanto foi parar no sistema. Hoje ele usa seu conhecimento em projetos sociais dentro e fora do presídio
por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos
Maxwell Mendonça Braga, 41 anos, é o burocrata do grupo. Ex-aluno de direito, ele usa seu conhecimento para ajudar os detentos. Realiza também trabalhos sociais em comunidades carentes.
“Em 1992, quando eu entrei no sistema penitenciário, comecei a desenvolver trabalhos de educação e cultura, passei a trabalhar com informática”, afirma ele, um dos últimos a entrar no grupo. Não sendo ator, ele prefere cuidar da partes burocráticas e se envolver com projetos no terceiro setor. Para ele, isso afasta as pessoas da violência. “Comecei em 1996 com projetos sociais. Ajudei a formar Ongs lá fora. Isso me afastou das drogas, do mundo do crime. Se eu não tivesse essa base e esse apoio, estaria cometendo crimes”, admite.
Um dos projetos de que participou tinha como objetivo dar assistência aos filhos dos detentos e às famílias. Ele também já ajudou a criar projetos em Tribobó, Niterói e outros lugares.
“Realizamos projetos para filhos de presos. Com informática, culinária e o próprio teatro e gestão comunitária. Essa experiência trouxe muito pra muita vida”, conta. “Família é fundamental na vida do preso”.
Por isso conta que gostou demais das perguntas feitas pela platéia. Maxwell vê nelas o refúgio para todos os que se encontram na sua situação. “As perguntas foram magníficas, principalmente sobre a família. Família é a base da sociedade e sem ela a gente fica à deriva principalmente nas condições em que nos encontramos hoje”, afirma.
Após ter se rendido às drogas e ter tropeçado com o crime, ele, que teve acesso à educação e não foi morador de comunidade carente, se viu diante de um buraco. “Hoje ainda estou no buraco, mas já consigo respirar”, confessa. O medo de ver crianças repetindo seu exemplo foi o que o levou a abraçar com entusiasmo a causa do Criadaki.
Mawxell tem alguém que serve de exemplo lá fora. Ele se chama Rodrigo Baggio, o criado da ong Comitê para a Democratização da Internet, um dos principais bastiões do processo de inclusão digital. “A informação é uma ferramenta eficaz para a formação e transformação das pessoas”, acredita ele, que pede para que os estudantes sempre procurem ser voluntários em comunidades carentes.
Interatividade:
Você já participou de algum um projeto social?
Essa peça teatral me sensibilizou bastante e mostrou-me que todos nós cometemos erros e também somos capazes de consertá-los...
ResponderExcluirFalou e disse! Mas pra isso precisamos ter fé em Deus e força de vontade, além de amigos de verdade!
ResponderExcluir