Mediadora cultural não consegue apontar dificuldades em assimilar as propostas da formação do segundo semestre
por Edson Borges Vicente
A ndreia Santos Ramos, 25 anos, mediadora da Escola Municipal Chaer Kazen Kalaoun, em Aliança, deu nota 10 para a formação dos mediadores culturais do Bairro-Escola para o segundo semestre, ocorrida entre 03 e 07 de agosto. Ela conta que já participou de outras, mas dessa vez suas expectativas foram superadas.
“Estou há um ano e meio no Bairro-Escola e foi a melhor formação que eu tive. Muitas coisas interessantes foram acrescentadas, como o guia com textos e a programação, além do teatro no segundo dia e a associação de cultura com língua portuguesa”, afirma.
Andreia, que é graduanda em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e recentemente passou a lecionar voluntariamente no pré-vestibular comunitário de Cabuçu, aponta a necessidade do reforço na formação em Língua Portuguesa para todos os licenciandos. Por isso, avalia como positiva a ação que propôs a discussão de textos de Câmara Cascudo. Para ela, é preciso mais leitura.
"Porque a gente faz licenciatura e ler é fundamental e enriquece e percebo que, até mesmo, muitos mediadores têm dificuldade de leitura. Por isso o reforço é necessário”, explica.
Ela confessa que, inicialmente, ingressou no programa por causa da bolsa. Porém, com a experiência adquirida, ela conta que sua visão mudou bastante. “Ajudou muito na minha vida acadêmica”. Além disso, ela sentiu na pele a necessidade de se investir pesado na educação e no bairro.
“Vi o que é realmente Nova Iguaçu e vi que a realidade é diferente. Sou pobre, mas tive a oportunidade de ingressar em uma universidade. A grande maioria não tem essa oportunidade. É pobre que não come realmente. Tem que se investir muito na educação e na estrutura do bairro”, comenta.
Em relação às dificuldades que encontrou na semestre passado, Andreia aponta a escassez de material e o fato de as oficinas serem muito soltas, nas quais os mediadores entravam apenas com o tema. “Com um ano e meio de projeto, a criatividade vai se esvaindo”, admite. Além disso, as turmas “B”, segundo ela, são mais difíceis de trabalhar por serem compostas por alunos mais velhos: “Querem mesmo é namorar, jogar bola e bater papo. É muito difícil prender a atenção deles com leitura”.
Se depender de Andreia, a formação terá boas repercussões. Ela promete que se engajará ainda mais com o suporte oferecido nesta formação e espera que a Educação e a Cultura continuem capacitando os mediadores.
Interatividade:
Você, que é mediador, o que mais te chamou a atenção nesta formação
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