sexta-feira, 10 de julho de 2009

Entrevista com Écio Salles

Projeto Biblioteca Viva amplia acesso a livros em Nova Iguaçu
por Dariana Nogueira

O Jovem Repórter dessa semana entrevistou com exclusividade o secretário adjunto de cultura de Nova Iguaçu, Écio Salles, que falou sobre o magnífico projeto de incentivo à leitura que está sendo desenvolvido pela prefeitura, além de suas experiências pessoais como leitor, escritor e principalmente, amante da literatura brasileira.

Écio já tem dois livros publicados, além de diversos artigos, sempre ligados à temas culturais. Ele também é ex-integrante da equipe jornalística do Afro Reggae, e atribui ao seu gosto pela leitura o principal elemento impulsionador da sua vasta carreira.

Ele chegou à prefeitura por intermédio de Marcus Faustini, atual secretário de cultura, que o conhece desde a época do Movimento Estudantil. Ambos mantinham contato de trabalho, até que em 2007 veio o convite da parte de Faustini para que Écio se integrasse à equipe.

Terminando o doutorando em Comunicação pela Escola de Comunicação da UFRJ, Écio faz questão de enfatizar o quanto a leitura foi fundamental para sua formação: “Se eu não tivesse lido os livros que eu li, talvez não tivesse dado os saltos que eu dei na minha vida”, afirma ele.

Dentre tantos outros projetos, o que Écio vem desenvolvendo dentro da Secretaria de Cultura, juntamente com a Secretaria de Educação, em relação à difusão e propagação da leitura, consiste na implantação – ainda para este ano - de 15 bibliotecas em escolas públicas municipais, acompanhadas de trabalhos de divulgação nas comunidades, com o intuito de promover uma maior interação entre lar e escola.

“Acho que o nome do projeto – Biblioteca Viva – já diz muita coisa. Vai além do espaço físico que estamos tentando criar. A intenção é promover o diálogo, não só entre os alunos e a escola, mas estender à população de uma forma geral, para que essas pessoas tenham mais acesso, e sobretudo mais interesse pela leitura.” – Ressalta Écio.

O projeto começou a ser pensado a partir da biblioteca central que funciona no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, e agora, vencidas as dificuldades, inicia sua concretização. Algumas bibliotecas já estarão em funcionamento a partir do mês de agosto.

Écio considera o projeto como um passo fundamental para o crescimento pessoal e intelectual dos alunos e das pessoas que de alguma forma se beneficiarão dele. “A gente vive num mundo com presença muito forte da imagem, do audiovisual, etc. E isso não é ruim, necessariamente. No entanto, os livros e a literatura de uma forma geral, trazem informações de outra qualidade, informações que permitem ampliar de forma mais intensa as bases de conhecimento do indivíduo, inclusive para que a sua leitura de outras formas de informação, como as que eu já citei, seja ampliada.” – acrescenta ele.

Écio fala da importância de projetos como este, para que o interesse e o gosto real pela leitura sejam de fato despertados:

“A gente não pode obrigar as pessoas, ninguém faz de bom grado o que é imposto. Por exemplo, há uma tendência atual em hostilizar elementos como MSN, Orkut e essas novas formas de interação mais contemporâneas, como meios de comunicação potenciais. A partir do momento que você assume o princípio arbitrário de que o Orkut é ruim e o livro do Machado de Assis é que é bom, você cria uma rivalidade que nunca vai se dissipar. É necessário que haja a criação de mecanismos diferenciados, para que essas pessoas que ainda não tiveram a chance de perceber o que há de positivo no livro do Machado de Assis, possam ser confrontadas e por si só descubram os benefícios que a leitura crítica poderá trazer, da mesma forma como é feito com o esporte por exemplo, ou com a música e a dança. É nesse sentido que o projeto Biblioteca Viva está buscando se inserir.” – conclui.

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