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Tenda do ProJovem explica o funcionamento e a relevância do programa
texto e fotos por Flávia Ferreira
Um dos programas voltados para a educação mostrados no II Fórum Educação de Jovens e Adultos do último sábado foi o ProJovem Urbano. Na tenda ”Participação Cidadã - ProJovem urbano, integração entre cidadania e educação”, estavam Carlos Angelo Alves Mariano, apoio pedagógico de nível superior, e Val Rei, diretor pedagógico, que acompanham os 19 núcleos do programa em Nova Iguaçu. A equipe explicou o ProJovem Urbano e sua interferência dentro da realidade como política pública para a juventude.
Atualmente, todas as ações voltadas para a juventude passam pela esfera do ProJovem, que são divididos em ProJovem Urbano, ProJovem Trabalhador (18 - 29) e ProJovem Adolescente (15 - 17). Os dois primeiros atendem à mesma faixa etária, mas O Urbano cuida da formação profissional e educacional e o Trabalhador trata especificamente da formação profissional.
O Adolescente trabalha em cima de uma realidade especifica, enfatizando a questão da frequência e a participação do aluno no ensino regular. “O ProJovem Urbano é muito enfático naquilo que o jovem precisa, que é a questão do ensino básico, da qualificação profissional, que o fará ter uma visibilidade do mercado de trabalho, para que pelo menos ele possa se entender enquanto desempregado”, disse Angelo Mariano. “Hoje nós trabalhamos com cursos que não pertencem ao exército de reserva, ou seja, o mercado não quer os que não têm qualificação e educação básica”.
Os formuladores do ProJovem sabem que trabalham em uma situação adversa, oferecendo um analgésico para uma faixa da juventude que não foi atendida pelas políticas de educação. “O ideal seria que não precisássemos do ProJovem Urbano e que esse jovem não precisasse ficar até sua maioridade participando de programas sociais”, admite Ângelo Mariano, para quem o adolescente devia ter suas necessidades atendidas e uma maior presença no ensino regular. A contrapartida exigida pelo ProJovem Urbano é a frequência, o desenvolvimento pedagógico, a execução das provas e trabalhos e a participação cidadã, para que assim receba o diploma e uma bolsa de R$ 100.
Essa renda tem como objetivo suprir as necessidades básicas do aluno, já que durante os meses que estiver no núcleo ele receberá todo o material especifico, tais como apostilas, guia de estudo, agenda do estudante, kit do aluno, e tudo que for necessário para manter as atividades dentro do espaço escolar. “Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego detectaram a necessidade que os jovens têm para trabalhar, a fim de suplementar a renda da família.”
Esses mesmos estudos compararam o alcance do Projovem Urbano em realidades diferentes, como a do Rio de Janeiro e a de Nova Iguaçu. “As favelas do Rio, onde se encontra a maioria dos núcleos do ProJovem, atendem a um público atendido por vários projetos”, afirmou Ângelo Mariano. “Aqui você não tem essa demanda e os jovens abraçam isso com uma garra muito grande.”
Outra diferença entre Rio de Janeiro e Nova Iguaçu está na relação do jovem com o projeto. “Aqui ele acredita muito mais no projeto do que o jovem do Rio. Lá, ele acredita que esse é só mais um e que, quando terminar, virá outro. Aqui, se ele não consegue dar continuidade ao projeto, a frustração dele é muito grande.” O fato de o jovem da Baixada Fluminense achar que não terá oportunidades semelhantes faz com que o ProJovem de Nova Iguaçu tenha muito mais chances do que o do Rio de Janeiro.
Apesar disso, está longe de ser fácil atrair os jovens para o programa. "Precisaríamos de um fórum só nosso para que o programa seja completamente compreendido", afirmou. No entanto, já foi muito mais difícil trabalhar em programas voltados para a juventude. “Quando visito um dos núcleos, sempre vejo uma pessoa que um ano atrás estava sentada na cadeira escutando o que estávamos falando." Para ele, isso é uma prova de que o programa está sendo assimilado pelo público alvo.
Tanto o ProJovem Urbano quanto o Adolescente e o Trabalhador são herdeiros do mesmo ProJovem. Na reformulação, seu tempo de duração aumentou de um ano – divididos em quatro módulos de três meses - para um ano e meio e passou a trabalhar em três vertentes: formação cidadã, formação básica e a qualificação profissional.
Interatividade:
Conte a história de algum jovem amigo seu que precisou parar de estudar para trabalhar.
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