segunda-feira, 13 de julho de 2009

Doutor Livro

VILA DE CAVA

Biblioteca de parceiro da Orestes Bernardo Cabral criou metodologia para salvar livros emprestados
por Josy Antunes

O Centro Comunitário São Sebastião, mais conhecido como Cecom, tem um método eficiente de cativar as crianças para a importância de preservar os livros: é o chamado “Hospital do livro”. A biblioteca Ziraldo, localizada dentro do espaço, em Vila de Cava, além de receber crianças e adolescentes que moram ou estudam nas proximidades, realiza empréstimos dos cerca de 5 mil títulos do seu acervo. Nas devoluções, como acontece em qualquer biblioteca que realiza trabalho semelhante, é possível constatar alguns problemas, tais como a capa que descola, folhas que se desprendem ou partes rasgadas. Na Ziraldo, porém, o índice desses “acidentes literários” tem diminuído cada vez mais.

O método de falar sobre o “hospital” é usado prioritariamente com as crianças menores, que logo embarcam na brincadeira. “É uma forma lúdica de eles aprenderem a cuidar dos livros, que ainda serão utilizados por muitos”, explica Alana da Silva Almeida, mediadora de leitura da biblioteca. Os maiores já sabem que se trata da colorida caixa que recebe os livros, e que as médicas são as mediadoras e funcionárias do Cecom, que é um dos principais parceiros da Escola Municipal Orestes Bernardo Cabral. “Ás vezes a gente também fala com os adolescentes, mas eles acham graça, é claro”, confessa Alana.

A Motivação de Alana



Através dessa iniciativa, a biblioteca, que atende uma média de 300 pessoas por semana – incluindo os trabalhos com escolas municipais, particulares e os realizados na praça de Vila de Cava – transforma os frequentadores em “enfermeiros” dos livros. Alana lembra de casos como o do menino que, ao ver um livro com um defeito na estante se ofereceu para realizar o conserto. “Ele mesmo pegou a cola, consertou e colocou no lugar”, conta a mediadora, que acredita que esse seja um processo gradativo, e que, da forma como a situação evolui, em breve os consertos nem se farão mais necessários.

Alana faz parte da equipe de mediadores de leitura há dois anos, mas há sete está envolvida com o Cecom, onde já trabalhou na creche, na educação infantil e no núcleo das crianças maiores. Leitora nata e apaixonada pelo que faz, ela defende que a função de mediador deve ser repassada, em forma de incentivo, para os adolescentes de 14 e 15 anos. “Temos que multiplicar isso, porque a gente não vive pra sempre”, alega. Encontros de formação estão sendo realizados, dentro do projeto que visa capacitar esses jovens leitores a ajudarem com as crianças menores, e até mesmo a repassarem os valores do “hospital do livro”. “Quando tem eventos em escolas, a gente procura chamá-los”, conta a mediadora.

O Cecom pretende ainda ampliar o atendimento na biblioteca Ziraldo para alcançar também os adultos. Espera-se que, ao menos uma vez por semana, o espaço funcione até as nove horas da noite. Os alunos do EJA – Ensino para Jovens e Adultos – que estudam dentro do próprio núcleo terão mais um incentivo à inserção ao mundo da literatura. “Vai ser uma forma de cativar mais e mais pessoas”, já sonha Alana.

Interatividade:
Sugira uma outra abordagem lúdica para o incentivo à leitura e conservação dos livros.

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