quarta-feira, 15 de julho de 2009

Era uma vez uma coisa séria

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Oficina de contação de história mostra que não há diferença entre o público adulto e o infantil
por Jefferson Loyola

Com o objetivo de proporcionar o aprendizado e a troca de saberes entre professores e alunos, o II Fórum de Educação de Jovens e Adultos de Nova Iguaçu ofereceu palestras, oficinas e atividades culturais neste último sábado. Uma dessas oficinas foi o “Era uma vez... uma voz”, ministrada pela contadora de histórias Marisa Guida de Assis Leite, 52 anos.

Ela ensinou a arte de contar histórias de modo divertido. "Para ser um bom contador de histórias é preciso ser destemido, não ter medo da plateia e conseguir seduzir o ouvinte”, afirma ela, para quem uma história nunca deve ser contada na íntegra.

Além de mostrar o grande mundo imaginário das histórias, Marisa deu alguns exemplos práticos, contando “Descoberta de dona Joaninha”, adaptada por Bia Bedran, e “A folha”, de Biné. Em seguida, ela fez uma dinâmica com os alunos, durante a qual incentivou-os a contar suas próprias histórias. “Na hora de contar uma história é necessário o uso de todos os artifícios, desde os gestos do personagem até a sua voz”, explica.

Sua história com as crianças começou há 13 anos, com animações de festas infantis. Mas ela sempre quis fazer algo além das brincadeiras e logo estava trabalhando com teatro, produzindo bonecos de espuma e a leitura de histórias. Foi nesse momento que decidiu fazer o curso de educação artística da UFRJ, que concluiu recentemente. Atualmente trabalhando com turmas que vão da educação infantil ao terceiro ano do ensino médio, Marisa usa as mesmas técnicas em todas as turmas "É muito melhor aprender brincando, se “desligando”, do que chegar e passar o conteúdo programático no quadro e sair falando”.

Também formada em biologia pela FAHUPE, Marisa preferiu trabalhar em escritório a exercer sua primeira profissão. Naquela época, a biologia marinha estava na moda, uma profissão que exigia muitas viagens. "Mas eu queria casar e achava que não poderia conciliar casamento e viagens. Então, desisti da especialização para poder casar.”

Eunice de Almeida, 52 anos e formada em orientação educacional pela UNIG, participou e se divertiu muito com as histórias contadas por todos. “Contação de histórias é sempre bom, a gente fica sempre viajando nas histórias". Eunice saiu da oficina com a consciência de que não se pode contar qualquer história, que é preciso conhecer o público alvo e fazer pesquisas. “Contação de histórias parece coisa boba, mas na verdade é uma coisa muito séria”, afirma a orientadora educacional.


Interatividade:
Sua mãe contava histórias para você? Ela tinha algum truque para manter sua atenção?

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