VILA DE CAVA
Projeto busca desvendar a verdadeira identidade de Vila de Cava
por Lívia Pereira
“O projeto me deixa viva”, diz Juliana de Oliveira, coordenadora político-pedagógica da Escola Municipal Professora Irene da Silva Oliveira, em Vila de Cava. O projeto de que ela fala com tanto entusiasmo é o projeto Identidade do Bairro, que surgiu na primeira reunião de planejamento deste ano.
Apesar de haver uma grande identificação entre os alunos e o território, era preciso mais que isso. Era preciso que houvesse reflexão sobre os problemas do bairro, para que pudessem, conscientemente, buscar as soluções cabíveis e exercer a função de cidadãos.
Inicialmente, apenas os professores foram envolvidos por nas pesquisas de campo, entrevistas, visitas e exposições.
Eles fizeram um “tour” pela cidade, investigando, perguntando, observando cada detalhe. Visitaram as ruínas da Fazenda São Bernardino, a Ong Onda Verde em Tinguá, o posto de saúde próximo à escola, dentre outros lugares que estão situados em áreas que já pertenceram a Vila de Cava no passado. “É desses lugares que vem grande parte dos alunos da escola”, lembra a CPP.
Para que o conteúdo não se separasse do projeto, os professores foram divididos em áreas de conhecimento que vêm sendo desenvolvidas com os alunos. A área econômica do bairro, por exemplo, foi designada aos professores de matemática, que tiveram o objetivo de fazer levantamentos sobre a renda mensal do bairro, o PIB e o comércio.
A área social ficou com os professores de ciências e educação física, que trataram de temas como saúde, doenças que mais afetam os moradores e saneamento básico. Os aspectos relacionados à cultura local foram destinados às mãos dos professores de línguas e artes. E o lado político e histórico, a cargo dos professores de história e geografia.
Depois de tanto trabalho em sala é chegada a hora de expor os resultados. A abertura do projeto foi feita no dia 26 de junho e contou com o envolvimento de toda a escola. Foram feitas inúmeras exposições de maquete, cartaz, fotos, recados de alunos, planta dos arredores, reprodução de locais importantes através de pinturas, poemas, enfim, todas as expressões criativas que pudessem revelar a formas de ver a terra onde vivem e que tanto amam.
O projeto não para por aí. Esse foi só o pontapé inicial. Até o fim do ano, muita coisa boa ainda está por vir. Juliana diz que o próximo passo é levar até a escola mesas-redondas para debates, palestras para discutir os problemas do bairro e visitas do conselho tutelar. A ideia é fazer da escola uma porta aberta ao que realmente interessa e promove a participação dos alunos. Entusiasmada com os resultados positivos, Juliana conta como tudo começou e, de repente, transformou-se numa “superprodução”. Não é de se assustar.
Pequenas ideias se transformam em grandes investimentos em suas mãos, como foi o caso de um passeio à história da música, que moveu toda escola na construção de um túnel do tempo, onde os alunos puderam conhecer um pouco sobre a arte musical de várias décadas atrás até os dias de hoje. Teve também o projeto sobre regiões do Brasil, onde Juliana deu liberdade total à criatividade, transformando a quadra da escola num imenso mapa do nosso país. “A ideia surgiu na primeira reunião de planejamento deste ano”, diz ela, referindo-se ao projeto Identidade do Bairro.
Todo esse processo é apenas uma pesquisa de bairro a ser arquivada, mas uma busca pela identidade do aluno também. Ele busca o ontem para explicar o hoje. Dessa forma, esse amor instintivo que todos nós temos pela nossa pode criar raízes firmes e, seguras.
Interatividade:
Qual foi o melhor projeto que você já viu acontecer dentro da escola?
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