Professoras criam brincadeiras para animar férias da criançada
por Carine Caitano
Por mais que gostem das aulas, a maioria das crianças sabe bem o que quer da escola: férias! Não é diferente na turma de terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Ana Maria Ramalho, em Miguel Couto. Prova disso é a fala da aluna Camile Nascimento, de 8 anos: "Eu gosto da tia e da escola, de brincar com as minhas amigas... mas tenho que acordar cedo, ninguém merece". A professora, Luciene Dutra, não se ofende com esse desejo da aluna. Ela percebe que brincar é uma das prioridades de qualquer criança e, por isso, tenta fazer da sala de aula um ambiente tão bom quanto qualquer casinha de boneca ou balanço da praça.
Luciene conta com o auxílio luxuoso da mediadora de cultura Maria de Fátima e da incentivadora à leitura Eleonora Gonçalvez, como ja citado na matéria As Panteras. Ao longo do ano, essas educadoras vão construindo formas novas de ensinar e aprender. Assim como o método deve se adequar à criança, é vital que elas percebam a importância do que se aprende e desenvolvam uma forma mais fácil de administrar o conteúdo passado.
Alicia Amorim é a melhor amiga de Camile e está repetindo o terceiro ano. Ao conversarmos com ela, fica claro que a repetência não foi por causa de aulas tediosas. Havia dificuldades de aprendizado que, esse ano, estão sendo sanadas com esforço de ambas as partes. "Ano passado eu adorava brincar e achava a escola chata", revela a menina, que por isso matava aula ou ficava só de bagunça com frequência. O resultado foi pior do que repetir de ano. "É muito ruim ver todo mundo lá (referindo-se à quarta série) e eu aqui."
Com o objetivo de continuar realizando um bom trabalho mesmo durante as férias, quando não há um contato direto com as crianças, o trio de professoras elaborou várias atividades. Quem nos conta sobre o processo é Maria de Fátima: "De início, tivemos a ideia de fazer oficinas com as mães e ensinar várias brincadeiras para elas. Mas tivemos certa dificuldade com o horário e resolvemos trabalhar com as próprias crianças." Foram então criadas diversas brincadeiras para as férias, que dessem continuidade ao trabalho feito em sala de aula.
Com essas ideias, alguns trabalhos vêm sendo desenvolvidos com desde junho com a turma. Além do resgate da cultura popular, novas opções foram mostradas às crianças. Em sala, confeccionaram e pintaram o Seu José, um fazendeiro criado pela própria turma. Outra das obras da turma foram barquinhos, desses de papel mesmo, super simples mas antes desconhecido pela maioria dos alunos.
O diferencial na tarefa está no fato de que ela é uma preparação para as férias. "Durante as férias, eles vão montar a fazenda do Seu José, com bichos, plantas... tudo será feito de papal machê, material que eles ainda aprenderão a fazer aqui", diz Eleonora. A prosposta do barco parece ser ainda mais interessante. O barquinho ja está pronto e o dever do aluno será escolher o destino dele e, em uma história, contar o porquê da escolha. Pode parecer simples, mas esse é um projeto e tanto. Os alunos pesquisarão em mapas, descobrirão um pouco mais sobre o lugar preferido e terão que se justificar, o que estimula a persuasão e criatividade.
Interatividade:
Dessa vez fica a certeza de que, ao esperar pelas férias, as crianças não perderam por esperar!
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