quarta-feira, 22 de julho de 2009

Comercial de margarina

MÃES EDUCADORAS

Prefeito diz que mães são fundamentais para o avanço escolar e profissional das crianças
por Jéssica de Oliveira

O frio da última terça, 21 de julho, não foi suficiente para fazer com que as mães educadoras do Bairro-Escola deixassem de marcar presença na primeira reunião de formação realizada na Escola Municipal Monteiro Lobato.

A abertura do encontro ficou a cargo de Bernadete Rufino, secretária adjunta de Educação. Ela fez as honras da casa e apresentou uma outra mãe, nem um pouco diferente daquelas que ocupavam as centenas de cadeiras espalhadas no pátio da escola naquele momento. Uma mãe que se preocupa com a saúde, educação, bem-estar e tantos outros aspectos que fazem parte do processo de criação dos filhos: Maria Antônia Goulart, primeira dama da cidade e idealizadora do projeto que interliga a escola à comunidade.

Maria Antonia, que esbanjou simpatia, revelou que o Bairro-Escola foi criado a partir de uma necessidade quase imediata. "Nós vimos a realidade do ensino de Nova Iguaçu e buscamos soluções simples, mas eficazes. Fomos atrás de modelos de horário integral em todos os lugares e os moldamos de modo a poderem ser implantados aqui. A gente só não podia ficar parado porque senão essas crianças cresceriam sem que nada fosse feito".

E foi nessa busca de soluções que o Bairro-Escola ganhou uma cara acolhedora e familiar, com a entrada e participação da mãe no ambiente acadêmico. Segundo Maria Antônia, a importância da mãe dentro da escola tem o objetivo de firmar um pacto com a família, quebrando paradigmas e preconceitos.

"A mãe educadora é uma ponte entre a escola e a comunidade, tendo em seu percurso a valorização daqueles ensinamentos que só são aprendidos de verdade quando são ensinados pela mãe", afirma. Enquanto as palavras da primeira dama ecoavam pela escola modelo de Nova Iguaçu, era fácil ver muitas mães balançarem suas cabeças em sinal de positivo.

Elisamar Oliveira, que atua na Escola Municipal Ayrton Senna, concorda com a ideia de que tem coisa que a criança só vai aprender com a mãe: "Eu vejo que meu papel dentro da escola é muito importante. Tem certas coisas que só mãe vê e fala, como por exemplo na hora de tomar banho, de ajudar a escovar os dentes, de pentear o cabelo, de dar aquele conselho como 'guarda seu material escolar' ou 'põe a meia dentro do sapato se não você não vai saber qual é a sua'.

Tudo isso é fundamental", conta a mãe educadora, que atua a pouco mais de um mês na escola, mas que já tem uma bagagem de 19 anos. "Tenho duas filhas, uma de 19 e uma de 12 anos. Acho que tenho um pouco de experiência, né?", brinca.

Construção do futuro
Em uma breve visita ao encontro das mães educadoras, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, citou uma história muito interessante em que questionava o fato de que crianças que moram nos mesmos bairros e que frequentam a mesma escola podem ter futuros distintos, sendo uma bem-sucedida profissionalmente e a outra não.

O motivo disso é a presença e a ativa participação da mãe. "A mãe é o principal personagem na história de nossas crianças. Seu papel é fundamental para o avanço escolar e profissional, além de acrescentar muitos valores em suas vidas", ressalta o prefeito Lindberg, que se desculpou pela "visita de médico", rápida por conta de compromissos agendados anteriormente.

A presença da mãe dentro da escola é um avanço no cenário educacional de Nova Iguaçu. Maria Antônia afirma que essa metodologia busca uma forma diferente de educar a partir da junção entre a sensibilidade e afeto e a atividade pedagógica. A presença dessa figura é, sem dúvida, um passo para que a sociedade aceite o novo modelo de família. "Precisamos extinguir a imagem da família 'comercial de margarina', que é composta pelo pai, a mãe e dois filhinhos, onde, bem cedinho, estão todos sorrindo, como se não houvesse nenhum problema.

Eu mesma sei. O meu filho está entrando na adolescência e está 'aquela coisa': mau humor, idas à coordenação da escola. Mas o segredo é estar junto, né?", conta, arrancando risos de todas as suas ouvintes, que pareciam saber muito bem do que se tratava. "A família de hoje em dia nem sempre tem o pai como o chefe da casa. Muitas vezes são as mães que comandam tudo. Ou mesmo a vó, o tio, ou qualquer outra pessoa que se responsabilize pela educação da criança. O fato é que, independentemente de como seja, é uma família", conclui.

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