terça-feira, 28 de julho de 2009

Conversando a gente se ajuda

AUSTIN

Terapia comunitária estreita os laços entre alunos, pais, funcionários e todos que queiram participar
por Nany Rabello

Nas escolas de Austin está acontecendo um trabalho diferenciado com os alunos, funcionários, pais, estagiários e participantes do projeto 'Minha Rua Tem História'. É a terapia comunitária, uma criação do psiquiatra cearense Adalberto Barreto que está ganhando o Brasil e o mundo. Em Nova Iguaçu, no entanto, essa nova modalidade da psicologia ainda está engatinhando. O Bairro-Escola é um dos poucos espaços que está acolhendo essa experiência.

Para Jurema Mendes Ferreira, que participou de uma roda de terapia comunitária no II Fórum de Educação, realizado em Nova Iguaçu no dia 11 de julho de 2008, essa abordagem é mais interessante que a terapia comum porque trabalha diretamente com a comunidade. “Apesar de ser uma área que eu não conheço muito bem, tenho vontade de trabalhar com isso!”, diz, também, Carla de Souza Silva, que descobriu o trabalho do psiquiatra cearense com a amiga Jurema.

Atualmente são vinte e um terapeutas em formação, para trabalhar nas escolas e nas próprias comunidades. Não é preciso ser um psicólogo para trabalhar com terapia comunitária. Basta passar pela oficina e ter o dom de saber ouvir.

Ao contrário do que muitos pensam, a terapia não é uma sessão de conselhos e advertências em que todos os problemas serão resolvidos. "É uma experiência de troca", lembra Jurema Ferreira. E as regras são simples. "Ouvir quando os outros falam, e falar quando todos se calam". Os terapeutas também fazem questão que os participantes da roda sempre falem na primeira pessoa, a partir de suas próprias vivências.

A roda começa com um “aquecimento”, em geral uma música que todos cantam juntos, para relaxar os ânimos. Todos se sentam em roda e cada um, na sua vez, se apresenta e diz sobre qual tema gostaria de debater e a razão para expô-lo. Os demais membros não podem dar conselhos ou opinar, mas caso lembrem de uma música ou texto podem compartilhá-lo com os demais. "Após todos sugerirem um tema para a roda, faz-se uma eleição daquele que mais mobilizou o grupo", explica Carla Silva. Todos votam.

Escolhido o tema, começa a terapia. Perguntas, experiências, lágrimas, compaixão, músicas, sorrisos, tudo é compartilhado entre os presentes. No final da terapia todos dão as mãos em roda e cantam juntos alguma música proposta pelas “terapeutas”. "Nessa hora, cada um fala o que trouxe para a terapia e o que levou da terapia", diz Jurema Ferreira.

O trabalho de terapia em grupo foi divulgado no SEJA pelas terapeutas Érica Costa Viese Campos, de 37 anos, e Jacira de Fátima Lacerda, de 40 anos. Segundo elas, a terapia é feita com quantas pessoas aparecerem, mesmo se for apenas uma. Ambas psicólogas, contam que se apaixonaram pelo trabalho de terapia comunitária e agora não querem outra vida.

Interatividade:
Vamos tentar fazer desse tópico uma amostra de terapia comunitária ? Compartilhe conosco uma experiência.

Um comentário:

  1. Deve ser emocionante participar de um encontro desses. É um trabalho de extrema necessidade, ainda mais agora que todo mundo vive estressado(inclusive eu), e que cada vez menos temos tempo de ouvir uns aos outros.
    Parabéns pela matéria Nany, deu pra sentir bem como é a terapia comunitária.

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