quarta-feira, 1 de julho de 2009
Nova Iguaçu na Europa
Velocista iguaçuano mostra como se tornou um campeão
por Robert Tavares
Iranir Silva Filho era uma criança comum, estudava na Urca, tinha muitos amigos e, como passatempo, tomava aulas de piano. Aos treze anos começou a se interessar por atletismo, graças aos amigos da escola. Cansado das aulas de música, resolveu rumar para o atletismo, se encantando logo por um esporte que futuramente seria o salvador da sua vida.
Com o passar do tempo, Iranir foi se desenvolvendo e ficando cada vez mais habilidoso. Venceu muitas competições e viajou para vários países. Muitas vezes era o único brasileiro a representar nosso país em uma final de campeonato. "Tudo aconteceu muito rápido na minha vida. Quando me dei conta já estava na Europa", explica. O atletismo abriu muitas portas para ele. Estudou em ótimos colégios, cursou faculdade e sua auto estima melhorou bastante. "Eu devo grande parte do que sou hoje a essa atividade", diz.
Vencendo barreiras
Mesmo sem um patrocínio e com dificuldades Iranir não desistiu. "Treinávamos em pista de carvão. Hoje em dia a molecada tem sorte", diz Iranir, se referindo à pista de poliuretano da Vila Olímpica de Nova Iguaçu. Ele conseguiu vencer todas as adversidades, até mesmo uma catarata congênita que o fizera perder a visão do olho esquerdo e parcialmente a do olho direito. Mais tarde conseguiu trabalhar junto a seu ídolo, Robson Caetano, e ganhou troféus de campeão latino-americano e campeão de revezamento na década de 80 na modalidade 4 x 100.
Por 16 anos Iranir viveu apenas do atletismo, depois teve que parar, pois queria se dedicar a faculdade e a um outro trabalho. Mas sua paixão por esportes não parou por aí.
Atualmente
Numa época em que orkut, messenger e jogos eletrônicos são sucesso entre as crianças, o sedentarismo predomina. "Elas acabam esquecendo de se alongar, de correr, de fazer essas coisas que são necessárias para o nosso corpo", diz Luíz Alberto, um dos professores que auxiliam as crianças do CIEP 387 Hans Christian Adersen, localizado no Riachão, em Nova Iguaçu.
A Vila Olímpica de Nova Iguaçu estava carente de algo novo, foi aí que o professor André teve a brilhante ideia de reunir colégios e fazer com que 40 crianças, com idade entre 11 e 14 anos, disputassem na modalidade de atletismo. Para isso, as crianças foram divididas em duas equipes: sub 11 e sub 14. "O nosso esporte está em desvantagem quando comparado ao futebol. A mídia não divulga muito, por isso esse estímulo é fundamental. Quem sabe, futuramente, essas crianças não estarão representando o Brasil em outros países e trazendo medalhas para a nossa cidade", diz Iranir, com brilho nos olhos.
Outro ponto importante é o trabalho social que esses professores fazem com as crianças. “Não adianta você saber correr, ganhar resistência física e ser um porco, jogar casca de banana no chão, não saber falar, nem se comportar", diz Alexandre Diamantino, 14 anos e no 7° ano, morador do Parque das Palmeiras.
O atletismo é um esporte extremamente democrático e vem desmistificando muitos tabus. As pessoas acham que ser um atleta é uma coisa impossível, e não é. É preciso técnica, e isso se adquire com o tempo. Todas as crianças são bem-vindas sempre, independente da idade ou da escola. Mesmo que não se tornem atletas, terão caráter de formação humana e uma qualidade de vida melhor.
Prova disso é Glauciele Oliveira, de 12 anos, que diz que sua mãe, além de incentivar "morre de vontade” de participar, mas tem um pouco de vergonha.
É necessário força de vontade e disposição. E isso não falta aos alunos Anderson Sousa e Bruna dos Santos, ambos com 12 anos e moradores do Parque das Palmeiras.
Eles costumam correr embalados pelo ritmo funk, presente nos celulares, e dizem que não perdem a animação, nem quando está sol. "Pode estar o calor que for. Se tiver um funk pra agitar, eu tô correndo", diz Anderson. Bruna completa: "Eu me inspiro nas cantoras para poder correr a pista inteira. Dessa maneira eu emagreço, fico com disposição e com o corpo mais bonito".
Interatividade:
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