terça-feira, 31 de março de 2009

Um duro golpe na violência

Hierarquia e disciplina ensinadas nas artes marciais afastam jovem da violência
por Robson Lopes

Judô, Tae Kwon Do, Muay Thay e Jiu-jitsu são apenas alguns dos mais variados estilos de luta que estão presentes à nossa volta, verdadeiras artes fatais. Força, destreza, reflexo e resistência são adquiridos através de suas práticas. O desenvolvimento corporal e a sábia utilização dos braços e pernas muitas vezes tornam-se atrativos sedutores aos pitboys, pessoas que buscam semear a desordem social através da má utilização dos ensinamentos marciais.

Entretanto, as artes marciais proporcionam muito mais que torções musculares, ou golpes extremamente atordoantes. Virtudes como honra, disciplina, respeito e perseverança são levados a sério e capazes de transformar vidas. Não é necessário procurar muito para descobrir pessoas que mudaram suas escolhas, caminhos e ambições graças às artes marciais. A socialização do praticante é trabalhada, o contato direto com outros praticantes, assim como a socialização dos mesmos desenvolve a comunicação e a confiança coletiva. As táticas de combate e a hierarquia em cada arte marcial desperta o raciocínio e o equilíbrio mental. A superação de cada dificuldade e o aprendizado de cada nova técnica estimula a perseverança e renova o espírito

“Vi uma turma inteira de indisciplinados se tornarem na turma de maior rendimento do colégio”, conta Victor Hugo, judoca de 16 anos cursando o ensino médio. Os casos não são poucos. Podem-se encontrar desde crianças que alcançaram a socialização até jovens ou adultos que foram salvos do mundo do crime. Um desses casos é Diogo Silva, nascido em São Sebastião (SP), que teve sua vida modificada ao entrar para o Tae Kwon Do. O jovem problemático tornou-se um exímio taekwondista, a ponto de conquistar o lugar mais alto do pódio no Pan-Americano de 2007. Casos de superação através das artes marciais são encontrados todos os dias.


Papel do mestre
Quem possui forte atuação na vida dos praticantes são os senseis/mestres/kyosanins/instrutores que tem a difícil, mas gratificante tarefa de conduzir seus alunos. “O mestre tem um papel fundamental, o aluno acaba se espelhando no professor”, afirma Rafael Rodriguez Sant’Ana ,que leciona Tae Kwon Do há 10 anos. “Por isso eu me policio”, completa. Quando o assunto é doutrina, algumas artes marciais são postas em dúvida. Uma delas é o Muay Thay, tida como uma arte violenta. “Tem que encontrar um profissional de verdade, saber o que o professor conquistou, de onde ele veio”, esclarece o campeão estadual André Santos (mais conhecido como Bruce do Muay Thay). Bruce admite que Muay Thay não é fácil. “A principal característica é ter equilíbrio, porque você vai ter que lidar com situações hostis, tem que ser equilibrado”.

“É um trabalho árduo e longo”, reforça Douglas Floriano, karateca de 15 anos. “Conheço muita gente que mudou de vida com o Karatê”, conclui. Torna-se evidente que todo o processo depende única e exclusivamente do praticante. As artes marciais buscam a harmonia, saber temperar a vida e dosar as escolhas. Usados e compreendidos da maneira correta, os mais variados estilos marciais podem livrar o jovem das garras da violência, em vez de incitá-la. Com determinação, integridade e equilíbrio, as artes marciais doutrinam pessoas, transformam vidas e ajudam a construir uma sociedade mais justa.

3 comentários:

  1. Enfim, a famosa matéria do "gênio da CEFET" foi publicada!
    Realmente, o Júlioi tinha razão... você é muito bom!
    Parabéns por essa e outras matérias.
    BjOos

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  2. É bom ver que as lutas não estao mas rotuladas como negativas. Você mostrou um lado que talvez as pessoas não conheçam: a luta de uma forma positiva que ensina a ter disciplina e não a ser um bad boy.

    Fora o papel do professor que muitas vezes infuencia mais do que os pais.

    Parabens!!

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  3. Ahhh pow valeu pela força Jéssica...^^
    Fiquei feliz com o elogio =)

    Realmente Letícia, as artes marciais n sao soh pancadaria pura, na verdade eu diria q a questao da "luta" eh soh 40% da arte marcial, os outros 60% eh pura doutrina...

    Como diz um trecho de uma música:

    "Interna...A força vem do pensamento
    Externa...A crença vem do ensinamento"

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