Crise mundial afeta lixões de Nova Iguaçu
por Breno Marques, Carolina Alcântara, Giselle Reis, Larissa Leotério, Marcos Paulo e Tatiana Sant'Anna
foto Giselle Reis
Geladeiras velhas, garrafas de plásticos vazias e papelões empilhados. Para muitos, tudo não passa de um ferro-velho, que só serve para ser jogado fora. Porém, algumas pessoas fazem do lixo a sua riqueza, tirando dali o sustento de suas famílias.
Esse é o caso de Enock Santana, 38 anos, proprietário do Ferro Velho Nossa Senhora da Aparecida Reciclagem, que fica na rua Bernardino Augusto Martins, s n°, no Centro de Nova Iguaçu.
Essa é uma ideia reciclada, aproveitada de um negócio semelhante que ele teve há cerca de 20 anos. “Passei um tempo na construção civil e depois fui trabalhar em um clube”, lembra o comerciante. Foi nesse clube que Enock conheceu o sócio atual, ao lado do qual começou a comprar material novamente depois que lhe apresentou o conceito dos depósitos.
A crise mundial tem prejudicado os negócios, já que o quilo do papelão, o material mais vendido nos ferros-velhos, caiu de R$ 0,30 para R$ 0,05. “Sentimos muito com a queda do preço”, lamenta Enock. Na prática, quem pegava 500 quilos de papelão por dia ganhava R$ 150 e, hoje, está fazendo apenas R$ 25.
A queda no faturamento está afetando tanto os donos dos lixões quanto os catadores, e não é à toa que neste momento só há dois funcionários trabalhando no Ferro Velho Nossa Senhora da Aparecida Reciclagem. “Quem está conseguindo uma atividade que lhe pague R$ 50 diariamente, não está pensando duas vezes para sair."
Mais fortes
A solução encontrada para superar a crise é deixar a poeira abaixar. E mesmo já tendo fechado quatro pontos, Enock pensa em continuar. “Não adianta fechar as portas e recomeçar do zero. Quando isso passar, estaremos mais fortes”, anima-se.
Muitas pessoas procuram Enock para vender, por exemplo, geladeiras e fogões velhos: “Quando vão fazer uma limpeza em suas casas, elas nos chamam para pegar o que não será mais utilizado.” O material recolhido é vendido para empresas de reciclagem, que o recoloca no mercado depois de retrabalhá-lo. "Mas nós nunca vendemos da noite para o dia", lamenta o comerciante.
Perto dali, há um outro estabelecimento. Enock não se incomoda, ainda que tenha sido o primeiro a descobrir a região do Centro. “A concorrência é boa para o negócio. Quanto mais, melhor”, conta ele, que com simpatia consegue atrair os consumidores.
Um desses clientes é Tereza Lube, 82 anos, que na semana passada procurava uma janela no depósito do ferro-velho de Enock. “É uma janela simples, de vidro e grade, para colocar na minha casa”, descrevia a senhora. Pela primeira vez em um ferro velho, Dona Tereza negociava e contava como queria que fosse a janela para o dono do estabelecimento.
Tereza Lube estava ali pela razão mais óbvia: o preço, sempre mais acessível. “Já é o segundo dia seguido que estou aqui”, conta ela. Depois de encontrar, Dona Tereza iria negociar o preço do produto: “Agora é só ver o quanto eles vão cobrar para eu levar a minha janela”, conta ela. Satisfeita com a negociação, ela diz que, quando precisar, voltará mais vezes ao local.
Um desses clientes é Tereza Lube, 82 anos, que na semana passada procurava uma janela no depósito do ferro-velho de Enock. “É uma janela simples, de vidro e grade, para colocar na minha casa”, descrevia a senhora. Pela primeira vez em um ferro velho, Dona Tereza negociava e contava como queria que fosse a janela para o dono do estabelecimento.
Tereza Lube estava ali pela razão mais óbvia: o preço, sempre mais acessível. “Já é o segundo dia seguido que estou aqui”, conta ela. Depois de encontrar, Dona Tereza iria negociar o preço do produto: “Agora é só ver o quanto eles vão cobrar para eu levar a minha janela”, conta ela. Satisfeita com a negociação, ela diz que, quando precisar, voltará mais vezes ao local.
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