por Wanderson Duke

O cinema mais popular e mais conhecido da cidade foi criado com o objetivo de oferecer entretenimento a preços populares, e deu certo. Nos anos 30, suas salas de exibição funcionavam a pleno vapor. Era o tempo do cinema mudo, o programa de fim de semana. As pessoas aguardavam com ansiedade a sessão da tarde. Lá dentro havia uma divisão classe. “As pessoas compravam o bilhete da segunda classe e pulavam para a primeira que ficava logo à frente”, diz o Professor Ney Alberto, o maior historiador da Baixada Fluminense. As trilhas sonoras ficavam a cargo da pianista Brisabela de Barros Paladino e do violinista José Brigadão, que trabalhava para pagar a faculdade de medicina.
O cinema era uma referência, apesar das seguidas mudanças do nome da Praça da Liberdade, que já foi Passeio Público, 15 de Novembro, Ministro Seabra, Jahul e14 de Dezembro. Com o passar dos anos e a mudança dos costumes, começaram a construir salas confortáveis nos shoppings, que se tornaram ponto de encontro e área de lazer. O ingresso das novas salas era mais caro, mas o conforto das poltronas de couro parecia valer a pena.
Pornôs
Desesperados, os proprietários do Cine Verde apelaram para os filmes pornográficos para atrair o público de volta. A tática deu certo, ajudando seus proprietários a pagar as dívidas acumuladas com a migração do público para as novas salas. Mas a popularização da programação teve custos altíssimos. “Eu ia ao cinema com certa regularidade, mas fiquei indignada e nunca mais voltei”, conta a até então assídua frequentadora Kátia Maria, de 48 anos.
Bila Verderosa, a dona do cinema, explica a mudança da programação. “Nós estávamos à beira da falência e as contas não paravam de chegar”, justifica. “O que fizemos foi um soco no estômago de meu falecido marido.” Foi em nome desse amor que o casal investiu todas as economias na fundação do cinema, tão logo desembarcaram que os trouxe da Itália.
A pressão dos frequentadores tradicionais obrigou os proprietários retomaram a programação dos áureos tempos do Cine Verde. “Voltamos a exibir os filmes que estavam fazendo sucesso, como Batman , Superman e Homem-Aranha”, conta Bila Verderosa, que ficou muito feliz com o resgate do seu antigo público.
A volta aos bons tempos não foi suficiente, porém, para que o Cine Verde enfrentasse a concorrência em pé de igualdade. “Não daria para mantê-lo por mais tempo”, lamenta a antiga proprietária. A morte do marido só fez aumentar o fosso entre os novos cinemas, que ofereciam poltronas mais confortáveis, uma tela maior e ar condicionado. Desanimada, a viúva cedeu ao assédio dos comerciantes e alugou o espaço para uma loja de departamentos. “Não me arrependo”, afirma, embora ainda tenha esperanças de que o Cine Verde um dia volte.
Ja cansei de ir no Cine verde ver filme com a galera...
ResponderExcluirEh realmente uma pena o seu encerramento, =/, ainda lembro de quando vi Homem-Aranha *.*, tava cheio..
Tb jah vi Anaconda 2, Todo Mundo em Pânico 3 e mais alguns ae..
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QNto a matéria tah super bem desenvolvida, Duke dando dentro como sempre (Ai q delícia xD), realmente n sabia nem da metade da situação do Cine Verde, tão qnto q se chamava Verderosa.
Ainda tenho esperanças q esse cinema vai vingar!!
A matéria tá phoda Duke, muito boA mesmo. Super bem e aparentemente super bem apurada. Parabéns !!
ResponderExcluirFaço minhas as palavras do Lucas e ainda completo dizendo que, como eu li na escola, as pessoas não paravam de olhar pra mim a cada vez que eu dizia "Geeeeeeeente, eu nunca imaginei que...". rsrs.
ResponderExcluirParabéns (de novo)
Beijos!
Wanderson a matéria está muito boa!
ResponderExcluirResgatou a memória do cine verde, ótimas palavras, muitos parabéns por todas elas!