Filhos super-protegidos trocam conselhos para sobreviver à pressão dos pais
por Luíza Guimarães
Tamiris Rocha tem 20 anos, trabalha, ajuda nas contas de casa e, no entanto, só ir a festas se avisar com uma semana de antecedência. “Minha mãe só me deixa sair com os amigos que ela conhece e se puder me levar e me buscar”, lamenta essa moradora do Jardim Alvorada.
O caso de Tamiris está longe de ser uma exceção no violento mundo em que vivemos, no qual os pais agem cuidam dos filhos como se eles fossem ser bebês para o resto dos tempos. Essa situação é ainda mais dramática quando a família em questão tem apenas um filho.
O apelido de Cinderela com o qual os amigos de Jardim Alvorada batizaram o estudante Diego Muniz, 17 anos, mostra que essa situação também afeta a vida de jovens com famílias razoavelmente grandes. “Mesmo sendo o filho do meio de uma família com três irmãos, minha mãe não deixa que eu fique fora de casa depois da meia-noite”, lamenta o jovem.
Da mesma forma como não há regras universais com base no número de irmãos, cada família tem o seu super-protetor. A estudante Alanda Macedo, moradora de Jardim Pitoresco de 16 anos, tem que esconder o namorado do pai. “Ele não pode nem sonhar com isso”, lembra a estudante, que tem na mãe uma aliada para manter o seu relacionamento. “Ele acha que sou muito nova para um relacionamento sério.” Há casos de famílias em que cabe à mãe o papel da super-protetora. Há ainda as famílias em que pai e mãe são super-protetores.
Os super-protegidos terminam vivendo num mundo à parte, criando uma comunidade nos limites dos lugares considerados “seguros” pelos pais. Entre esses oásis, estão as matinês, os shoppings, as festas ao longo do dia ou os shows de camarote. “Eu só posso ir a um show se for de camarote, e se estiver acompanhada de algum amigo homem que minha mãe conheça”, diz Raíssa Barbosa, uma moradora do Centro de 17 anos.
Rede da carona
A comunidade dos super-protegidos se estendeu e hoje abrange os seus pais, que formaram a rede da carona. “Como sempre íamos aos mesmos lugares e nossos pais sempre nos buscavam e levavam, eles acabaram se conhecendo e assim começaram a dividir entre eles a função de nos proteger”, explica Raíssa Barbosa.
O site de relacionamento Orkut mostra que os super-protegidos estão longe de ser uma exclusividade da Baixada Fluminense. Um exemplo é a comunidade “Meus pais são protetores”, com 3.500 membros das mais variadas idades, onde os jovens trocam experiências e conselhos relacionados aos pais superprotetores.
As explicações dos pais são sempre as mesmas. “Você é muito nova”, dizem eles. Outra justificativa, talvez a mais comum, é apresentada quando os filhos perguntam se eles não tiveram juventude. “Hoje em dia não é como antigamente”, defendem-se. “O mundo está muito violento.” A reação dos filhos também parecem só mudar de endereço. “A gente fica chateada na hora, mas depois compreende a preocupação deles”, constata Raíssa Barbosa.
por Luíza Guimarães
Tamiris Rocha tem 20 anos, trabalha, ajuda nas contas de casa e, no entanto, só ir a festas se avisar com uma semana de antecedência. “Minha mãe só me deixa sair com os amigos que ela conhece e se puder me levar e me buscar”, lamenta essa moradora do Jardim Alvorada.
O caso de Tamiris está longe de ser uma exceção no violento mundo em que vivemos, no qual os pais agem cuidam dos filhos como se eles fossem ser bebês para o resto dos tempos. Essa situação é ainda mais dramática quando a família em questão tem apenas um filho.
O apelido de Cinderela com o qual os amigos de Jardim Alvorada batizaram o estudante Diego Muniz, 17 anos, mostra que essa situação também afeta a vida de jovens com famílias razoavelmente grandes. “Mesmo sendo o filho do meio de uma família com três irmãos, minha mãe não deixa que eu fique fora de casa depois da meia-noite”, lamenta o jovem.
Da mesma forma como não há regras universais com base no número de irmãos, cada família tem o seu super-protetor. A estudante Alanda Macedo, moradora de Jardim Pitoresco de 16 anos, tem que esconder o namorado do pai. “Ele não pode nem sonhar com isso”, lembra a estudante, que tem na mãe uma aliada para manter o seu relacionamento. “Ele acha que sou muito nova para um relacionamento sério.” Há casos de famílias em que cabe à mãe o papel da super-protetora. Há ainda as famílias em que pai e mãe são super-protetores.
Os super-protegidos terminam vivendo num mundo à parte, criando uma comunidade nos limites dos lugares considerados “seguros” pelos pais. Entre esses oásis, estão as matinês, os shoppings, as festas ao longo do dia ou os shows de camarote. “Eu só posso ir a um show se for de camarote, e se estiver acompanhada de algum amigo homem que minha mãe conheça”, diz Raíssa Barbosa, uma moradora do Centro de 17 anos.
Rede da carona
A comunidade dos super-protegidos se estendeu e hoje abrange os seus pais, que formaram a rede da carona. “Como sempre íamos aos mesmos lugares e nossos pais sempre nos buscavam e levavam, eles acabaram se conhecendo e assim começaram a dividir entre eles a função de nos proteger”, explica Raíssa Barbosa.
O site de relacionamento Orkut mostra que os super-protegidos estão longe de ser uma exclusividade da Baixada Fluminense. Um exemplo é a comunidade “Meus pais são protetores”, com 3.500 membros das mais variadas idades, onde os jovens trocam experiências e conselhos relacionados aos pais superprotetores.
As explicações dos pais são sempre as mesmas. “Você é muito nova”, dizem eles. Outra justificativa, talvez a mais comum, é apresentada quando os filhos perguntam se eles não tiveram juventude. “Hoje em dia não é como antigamente”, defendem-se. “O mundo está muito violento.” A reação dos filhos também parecem só mudar de endereço. “A gente fica chateada na hora, mas depois compreende a preocupação deles”, constata Raíssa Barbosa.
Luiza gostei do seu texto.
ResponderExcluirparabéns continue assim
ass:Carolina alcantara
Adorei a matéria! Luizaa você tem potencial, sabia? =)
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