Uso da linguagem da Internet chega às salas de aula e preocupa pais e educadores
por Juliane Melo e Lucas Lima / arte de Francilene Pacheco
Com o fácil acesso à internet, é cada vez mais comum que todas as pessoas estejam conectadas ao mundo virtual e utilizem assim blogs, salas de bate-papo e sites de relacionamento em geral. Consequentemente, também começa a ser freqüente uma nova linguagem, caracterizada pela agilidade e facilidade da escrita no teclado do computador. As principais características dessa linguagem são as abreviações e a grafia das palavras do modo como são pronunciadas.
Nesse mundo virtual a palavra “sim” vira “xim”, “porque” vira “pq”, “não” vira “naum”, entre vários outros termos. Os internautas adultos também usam essa linguagem, mas ela é predominantemente jovem. Os educadores e professores de língua portuguesa garantem que, além de não ser errada, essa é apenas uma forma de diferente de se comunicar. “É necessário que as duas formas sejam pensadas e repensadas”, aconselha a professora de língua portuguesa Dilma Almeida, 42 anos.
Porém, a situação passa a ser preocupante quando essa modificação da linguagem escrita passa para a falada e também interfere na escola. “Devido às coisas que eles abreviam na internet, eles fazem a mesma coisa na hora da produção textual”, declara a também professora de língua portuguesa Mercia Figueiredo, 34 anos.
Orientação na escola
As escolas não devem proibir a linguagem, mas, sim, educar os alunos para que eles saibam que não devem usar esses termos dentro do ambiente escolar. “A escola deve orientar para que os alunos saibam que esse uso não é aconselhável”, acrescenta Mercia. Para a professora, essa prevenção deve ser feita através da própria Internet, quando a escola tem estrutura. As escolas mais precárias devem recorrer às palestras.
Os alunos, por sua vez, não acham que esse uso seja errado ou sinônimo de preguiça. Como diz a estudante Elisabete Câmara, 17 anos, essa é apenas uma forma ágil de se comunicar. “Eu uso muito o X, porque ele substitui vários sons, como o ch ou o ss.” A defesa à nova maneira de se escrever na Internet é diferente para o estudante Igor Santos, 17 anos. “Escrevo do jeito que ouço as palavras, faço o uso extremo da parte fonética das palavras e não me ligo muito na gramática.”
Mercia já percebeu que essas inovações na língua já extrapolaram o mundo teen.“Esse vício está começando no ensino fundamental e quando se chega à adolescência isso só tende a se agravar”, alerta a professora.
Boa linguagem
Alarmados, alguns pais pensam em proibir o filho de usar o computador, o que, na opinião da cabeleireira Alda Lima, 42, é uma bobagem. “Certa vez, um amigo me disse que não ia mais deixar o filho entrar na internet”, lembra a cabeleireira. “Eu disse pra ele que o filho sabia mais do que ele.” Para impedir que seu filho se limite ao “internetês”, dona Alda sempre faz uso de uma boa linguagem dentro de casa.
Apesar do choque que esse tipo de escrita utilizada pelos jovens pode causar em pais desavisados, especialistas em linguagem afirmam que o uso do “internetês” tem a mesma função das gírias. Ou seja, são termos ou novos códigos usados para definir um grupo social.
por Juliane Melo e Lucas Lima / arte de Francilene Pacheco
Com o fácil acesso à internet, é cada vez mais comum que todas as pessoas estejam conectadas ao mundo virtual e utilizem assim blogs, salas de bate-papo e sites de relacionamento em geral. Consequentemente, também começa a ser freqüente uma nova linguagem, caracterizada pela agilidade e facilidade da escrita no teclado do computador. As principais características dessa linguagem são as abreviações e a grafia das palavras do modo como são pronunciadas.
Nesse mundo virtual a palavra “sim” vira “xim”, “porque” vira “pq”, “não” vira “naum”, entre vários outros termos. Os internautas adultos também usam essa linguagem, mas ela é predominantemente jovem. Os educadores e professores de língua portuguesa garantem que, além de não ser errada, essa é apenas uma forma de diferente de se comunicar. “É necessário que as duas formas sejam pensadas e repensadas”, aconselha a professora de língua portuguesa Dilma Almeida, 42 anos.
Porém, a situação passa a ser preocupante quando essa modificação da linguagem escrita passa para a falada e também interfere na escola. “Devido às coisas que eles abreviam na internet, eles fazem a mesma coisa na hora da produção textual”, declara a também professora de língua portuguesa Mercia Figueiredo, 34 anos.
Orientação na escola
As escolas não devem proibir a linguagem, mas, sim, educar os alunos para que eles saibam que não devem usar esses termos dentro do ambiente escolar. “A escola deve orientar para que os alunos saibam que esse uso não é aconselhável”, acrescenta Mercia. Para a professora, essa prevenção deve ser feita através da própria Internet, quando a escola tem estrutura. As escolas mais precárias devem recorrer às palestras.
Os alunos, por sua vez, não acham que esse uso seja errado ou sinônimo de preguiça. Como diz a estudante Elisabete Câmara, 17 anos, essa é apenas uma forma ágil de se comunicar. “Eu uso muito o X, porque ele substitui vários sons, como o ch ou o ss.” A defesa à nova maneira de se escrever na Internet é diferente para o estudante Igor Santos, 17 anos. “Escrevo do jeito que ouço as palavras, faço o uso extremo da parte fonética das palavras e não me ligo muito na gramática.”
Mercia já percebeu que essas inovações na língua já extrapolaram o mundo teen.“Esse vício está começando no ensino fundamental e quando se chega à adolescência isso só tende a se agravar”, alerta a professora.
Boa linguagem
Alarmados, alguns pais pensam em proibir o filho de usar o computador, o que, na opinião da cabeleireira Alda Lima, 42, é uma bobagem. “Certa vez, um amigo me disse que não ia mais deixar o filho entrar na internet”, lembra a cabeleireira. “Eu disse pra ele que o filho sabia mais do que ele.” Para impedir que seu filho se limite ao “internetês”, dona Alda sempre faz uso de uma boa linguagem dentro de casa.
Apesar do choque que esse tipo de escrita utilizada pelos jovens pode causar em pais desavisados, especialistas em linguagem afirmam que o uso do “internetês” tem a mesma função das gírias. Ou seja, são termos ou novos códigos usados para definir um grupo social.
Parbéns! Eu amei a matéria. Ficou excelente. O tema é super atual e se faz muito presente na vida daqueles que usam a internet como lazer como eu. "Mt Bom"! =)
ResponderExcluir:D
ResponderExcluirgrato gata, rs, fico feliz quee tenha gostado, Bjus !!
Dentre as dferentes formas d se comunikar , o internêtes é a grand 9vidade.
ResponderExcluirEu Consigo conciliar, + ja notei algumas vezes eu kuase trocando o "Não" pelo "Naum"
Axo q o modo de linguagem pode prejudicar akeles que estaum começando com as palavras "as crianças" pois logo de kara ja se deparam com varios modos de comunicação. Nu kual devido a poka experiência podem fikar confusos.
boa matélia! vlw
Cara..simplismente grandioso e sucinto...
ResponderExcluirMuito interessante a matéria, é o tipo de matéria que preciso chamar a minha mãe pra ler, assim ela larga do meu pé ^^'
Eu me arrisco a dizer que sei utilzar cada linguagem qndo necessário...Saber falar bonitinho ou escrever abreviado é super fácil, a alma da coisa esta em sua execução...
Quando terminei de ler, cheguei a conclusão que essa matéria era uma necessidade!
ResponderExcluirO assunto está super em evidência, mas tem sido deixado de lado.
Cansei de ver amigos meus, ano passado, usando "vc", por exemplo, em trabalhos sérios e provas. E os professores simplesmente corrigiam como um erro, nunca abordavam esse "internetês".
Eu particularmente não faço uso dessas abreviações a afins, nem em conversas rápidas no msn, porque inevitavelmente acaba afetando na escrita, como no caso que citei do "vc".
Gente, parabéns pela matéria, souberam abordar muito bem todos os pontos de vista. Gostei muito!
E ficou muito boa a arte!