Ninguém apaga essa paixão

Primeira bombeira do Rio de Janeiro ajuda a coordenar projeto em Nova Iguaçu
por Lucas Lima e Juliane Mello

Apaixonada pelo corpo de bombeiros, pelo Rio, por gatos e dona de uma simpatia extrema. Essas são apenas algumas das características de Maicé Ferreira, 70 anos, a primeira funcionária civil do corpo de bombeiro de todo o estado do Rio de Janeiro. Vinda de Recife, onde cursou faculdade de relações públicas, ela foi a primeira colocada no concurso de 1971. Havia 400 mulheres concorrendo.

“Eles estranharam um pouco, mas logo acostumaram”, lembra a bombeira, referindo-se aos seus primeiros dias no quartel. Mas mesmo sendo a única mulher em um batalhão com 78 cabeças, nunca teve aborrecimento. "Sempre me respeitaram.”

Maicé ajuda a comandar o GAP (Grupo de Ações Preventivas), no 4º GBM, em Nova Iguaçu. O GAP envolve um grupo de jovens moradores da Baixada Fluminense, que dão inúmeros exemplos de cidadania e responsabilidade. Um dos objetivos desse projeto é conscientizar os motociclistas distribuindo filipetas nas ruas da Baixada Fluminense.

Maicé concluiu a entrevista deixando sua mensagem para as mulheres que desejam ingressar nos bombeiros. “A coisa primordial é que elas tenham paixão, porque entrar só por entrar, pra dizer que é oficial do bombeiro, não vale a pena." As mulheres que entram pensando que vão ficar no bem-bom não demoram a pedir baixa. Bem diferente de Maicé, que só sai do quartel-central no caixão.