por Juliana Portella
Seis horas da manhã na estação ferroviária de Nova Iguaçu. Gente. Muita gente. Uma atrás da outra, como se fosse o gado indo para o abatedouro. Há diversas filas. Só quem está dentro delas sabe a diferença das bilheterias em que terminam. Também é preciso alguma intimidade com o lugar para não se perder nas curvas da fila que vai dar na roleta e daí na plataforma.
Por causa de um problema desconhecido dos passageiros, os trens para a Central têm atrasado desde o carnaval. E isso só faz aumentar as filas até às 6h45, hora a partir da qual a estação esvazia como num passe de mágica. Também como num passe de mágica, começam a aparecer os camelôs que vão dominar a passarela ao longo do dia. Antes dessa hora, a única barraca aberta é a de salgados. Também disputa um lugar ali o vendedor de jornais.
Na ensolarada manhã da última quinta-feira, a auxiliar de enfermagem Vera Lúcia, 51 anos, respirava fundo enquanto aguardava o trem que deveria ter chegado às 6h18. “Hoje ele tá atrasado”, diz ela com uma mistura de paciência e de estranhamento. Faz aquele trajeto desde que começou a trabalhar num hospital em Madureira, há 18 anos. O que será que está acontecendo? Ela não sabe. Cabe-lhe apenas aguardar.
terça-feira, 17 de março de 2009
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