Empresário Jorge Alan quer ser o maior tatuador da Baixada Fluminense
por Giuseppe Stéfano e Jéssica de Oliveira
Quando achamos que tudo vai bem, o destino se encarrega de nos levar para caminhos diferentes daqueles que planejamos. Quem sabe bem disso é Jorge Alan, de 29 anos, que tem uma história de vida repleta de surpresas e reviravoltas.
Há cerca de cinco anos, Alan se encontrava numa situação difícil: perdera um bom emprego no banco, estava endividado e, para piorar, estava sendo ameaçado de morte pelo sogro, indignado com a gravidez da filha. “Tudo estava dando errado pra mim”, lembra Jorge Alan. “A única saída que eu vi era 'meter o pé' do Rio pra as coisas se acalmarem.”
E essa foi a atitude tomada pelo até então morador de Nilópolis, que foi morar na casa da madrinha, em São Paulo. Mas teve que procurar outro abrigo tão logo a madrinha percebeu os problemas que aquela convivência podiam lhe trazer. Sem ter pra onde ir, ele teve que dormir na rua. “A sorte é que pude guardar minhas cosas num bar, enquanto procurava um emprego.”
Vergonha da mulher
Seu primeiro emprego foi numa funerária, onde a malandragem carioca o ajudou a tirar uma média de R$ 2 mil só de comissões. Jorge Alan teve a sensação de que novos tempos haviam chegado quando começou a namorar a chefe, 20 anos mais velha do que ele. Vivia tão bem que só descobriu as banhas que se acumulavam na barriga da mulher quando tiraram umas férias em Santos. “Quando estávamos na praia, a mulher me aparece de biquíni e o meu estômago embrulhou na hora!”
Para não passar vergonha, Jorge Alan foi dar uma caminhada na praia. Foi nesse passeio que comprou a henna usada por um grupo de tatuadores, que se tornaria a sua fonte de renda quando brigou com a chefe e foi obrigado a voltar para o Rio. “Meu primeiro ponto foi em frente ao TopShopping, onde faturava cerca de R$ 600 até ser expulso pelos seguranças.”
Jorge Alan se viu numa nova encruzilhada quando montou sua barraca de tatuagem na frente de uma lanchonete na rua Antonio Mello, próximo ao viaduto. “O ‘japa’ da lanchonete vivia reclamando da minha banca, dizendo que era pra eu tirar aquela 'favelada' da calçada.” Tinha até uma data para se mandar dali. “O ‘japa’ disse que eu devia sair dali quando terminasse a obra da loja de instrumentos musicais que ia abrir no lugar da lanchonete”, lembra Jorge Alan.
Ajuda ao 'japa'
Contudo, as águas de um temporal invadiram a loja recém-aberta e Alan Jorge e quatro tatuadores que trabalhavam nas imediações ajudaram o único funcionário na loja a empilhar os instrumentos. Surpreso e agradecido com a ajuda, o ‘japa’ alugou ao grupo um espaço que não estava sendo utilizado.
Com a expansão do seu comércio, Alan Jorge alugou toda a loja de instrumentos e posteriormente abriu um novo ponto, dessa vez próximo ao TopShopping. “Hoje comando uma equipe de mais de dez pessoas que oferecem tatuagens de henna e definitiva, piercings, tranças e maquiagem definitivas”, comemora o empresário, que aos sábados chega a atender até 100 pessoas.
Não satisfeito com o sucesso em Nova Iguaçu, o jovem empreendedor está transformando sua antiga casa em um grande estúdio e sonha com o dia em que conseguirá lançar uma revista de especializada em pele negra. “Quero ter o maior estúdio de tatuadores da Baixada Fluminense”, anuncia Jorge Alan. Uma boa medida para a disposição do empresário para alcançar seus novos objetivos está no seu último investimento. “Vendi meu carro para comprar 2 mil alargadores.”
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Gostei da matéria. Muito bem construida, com uma boa historia. Esse cara teve muito problema ate realizar o que queria ne!??!
ResponderExcluirVocê e o Giuseppe fazem uma bela dupla.
Por que não tentam escrever separados, tenho certeza de que tem formatos diferentes, gostaria de ver.