quinta-feira, 4 de junho de 2009

Salvo pela lata

G5 descobre no graffiti saída para as drogas
por Wanderson Duke Ramalho

A oficina de graffiti do Jardim Nova Era tem atraído muitos jovens do bairro. Muitos veem na arte da lata uma oportunidade de desenvolver seu talento, mas também há aqueles que entram nessas atividades para se afastar das tentações da rua. Esse é o caso de Gabriel Silveira, mais conhecido como G5, que descobriu nas cores do color jet uma saída para o mundo das drogas.

G5 participou da primeira oficina de graffiti do Jardim Nova Era na última semana de maio, mas saiu de lá com a sensação de que, “com esforço, trabalho duro e dedicação”, pode dar um novo rumo a sua vida. “Percebi que tenho talento e que, se insistir, posso me dar bem na vida”, conta ele. “Descobri que é isso o que gosto de fazer.”

G5 sonha com o dia em que possa exercitar sua arte profissionalmente. “Não tenho medo de desafios”, diz ele, que está com uma exposição na lona cultural de Anchieta, na fronteira do Rio de Janeiro com Nilópolis. O artista plástico acredita que, se não conseguir provar o quanto é bom para si mesmo, de nada valerá o seu esforço.

A identificação de G5 com o universo do graffiti não é apenas estética. “Muitos acham que os graffiteiros são um bando de drogados”, lamenta ele. “Eu estou aqui para provar o contrário.” Os projetos culturais de que participou foram fundamentais para afastá-lo das “pessoas com ideias sem sentido e totalmente distorcida do que realmente é o graffiti”. “Eles ajudam essa galera que não possui ocupação.”


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