quarta-feira, 24 de junho de 2009

Brincando de novo

JARDIM PERNAMBUCO

Mediador da José Ribeiro Guimarães inicia pesquisa de brincadeiras populares com os pais dos alunos

por Mayara Freire

Os mediadores da Escola Municipal José Ribeiro Guimarães decidiram inovar nas oficinas culturais. Esta semana, eles foram até as casas de alguns pais de alunos tentar resgatar brincadeiras antigas, muitas vezes esquecidas e não aproveitadas pelos filhos. Segundo o mediador Márcio dos Santos, grande parte das ideias era novidade para as crianças. Entre as brincadeiras lembradas, estavam a clássica amarelinha e outras como pique-esconde, pique-alto, pique-lateiro (uma variação do pique-esconde), bandeirinha e alerta cor.

O mediador percebeu que os alunos não têm o costume de brincar na rua, como as crianças de outras gerações. E, por isso, a intenção das oficinas é resgatar e atualizar brincadeiras esquecidas. “Sinto que eles estão perdendo um pouco essa essência. Eles são de uma época em que os valores eram outros. Muitas brincadeiras das crianças de hoje se concentram nas lan houses. Não queremos que isso aconteça. Por isso, fazemos oficinas que exigem maior socialização, pois são mais adequadas para a idade deles. Nas ruas, eles só brincam de soltar pipa e jogar futebol”, diz.

O mediador sugeriu outra hipótese quando descobriu, na entrevista com os pais, que alguns deles não brincavam quando eram menores, pois precisaram trabalhar desde cedo. “Esses pais não tiveram experiências com brincadeiras para ensinar aos filhos”, deduziu Márcio dos Santos.

Muitos alunos relataram que aprenderam novas brincadeiras. “Aprendi com meu pai a brincar com bola de gude e pião. Gosto muito dessas coisas que ele brincava quando tinha a minha idade”, contou o Félix Castro, de 7 anos. Seu pai sente o mesmo prazer de ensinar as brincadeiras que mobilizavam suas noites quando era mais novo. “É uma forma interagir com ele, além de ensinar coisas saudáveis e seguras”, disse José Felix Castro, 62 anos.

Edilaine Martins, 25 anos, conta o que ensinou a seu filho de 6 anos. “Quando eu era criança brincava de passa anel, pique, dominó. Hoje, meu filho brinca também e acho legal essa troca de passar a cultura que tive para ele”, afirmou.

Para a coordenadora política e pedagógica Sandra Mattos, responsável pelo horário integral da escola, esse contato entre pais e filhos é muito importante para o dia-a-dia dos alunos dentro das oficinas. “Acho interessante esses tipos de iniciativas, pois ajuda-os saírem da rotina, introduzindo novas idéias, novas brincadeiras que possam atrair cada vez mais a atenção. Procuramos incentivá-los a sair da internet e participar das atividades. As oficinas precisam ser atraentes e portanto tentamos inová-las com ajuda dos pais também”, conta.


Interatividade:
Você brincava com seus pais? Que brincadeiras aprendeu com eles?

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