quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Na pista

Falta de divulgação esvazia feira de empregos
por Flávia Ferreira e Luiz Felipe Garcez

A 1° Feira de Estágios e Empregos da Baixada Fluminense começou de modo tímido. As pessoas chegavam aos poucos e de forma tranqüila, enquanto o que se via no centro comercial da cidade era o oposto. O calçadão de Nova Iguaçu fervilhava. Era tomado por uma grande quantidade de pessoas que compravam roupas, calçados, CDs, celulares, bolsas, além dos tradicionais enfeites das árvores de Natal. O ritmo consumista era tão frenético que as pessoas mal paravam para conversar com um conhecido, ou até para falar com as insistentes pessoas que procuram induzir ao uso do cartão para as compras. Havia pressa em consumir.

Esse foi o caso da estudante de Administração na FAETEC de Marechal Hermes Thaiane Rangel, que tem 17 anos. Ela e duas amigas estavam andando pelo centro de Nova Iguaçu à procura de algo bonito, bom e barato para comprar. Thaiane ficou sabendo da feira através de uma rádio, mas, mesmo assim, não pretendia ir. "Fica difícil para mim que moro longe, principalmente por ser em um final de semana. Eu também não estou mais na época de estagiar, quero é trabalhar", explicou. Mas ela já participou de algumas feiras, como a que ocorre anualmente no CEFET-RJ.

Mal divulgada
Segundo Thaiane, a má divulgação é o motivo central da baixa presença de jovens na feira. "Tinha que ir às escolas divulgar, porque nem todo mundo tem acesso à internet, e não é todo mundo que assiste televisão. O certo mesmo é ir às escolas." As irmãs Taianara Soares, 18 anos , e Jennifer Soares, 15 anos , acreditam que os anúncios em rádio e televisão são os mais eficientes. Contudo, nem a presença dos repórteres da Rede Globo e do SBT conseguiram atrair o publico. Houve grande evasão nos três dias da feira. O grande público não compareceu.

Por outro lado, as irmãs confirmam a relevância dessa feira e a mais velha revela que nunca distribuiu currículo. "Meu currículo não vai ter nada. Nem cursinho, nem a escola, que eu ainda não terminei", explicou ela. Essas duas irmãs são moradores de Japeri, município próximo a Nova Iguaçu. "Aqui o comércio é bem maior, os preços são bem mais baratos. Vale a pena gastar a passagem, e vir até aqui."

Uma chance
De maneira diferente pensa Augusto Mendonça, um morador do Esplanada de 16 anos. Apesar da pouca idade, ele já tem sua fonte de renda. "Trabalho sem carteira assinada, há menos de uma semana. na Defesa do Consumidor", explicou. Ele era um dos tantos jovens que não sabiam da ocorrência desta feira, mas não ousou minimizar sua importância. "Ela é importante, pois só assim os jovens teriam uma chance de trabalhar, ganhar dinheiro e de conseguir algo", afirmou.

Um comentário:

  1. Talvez se lessem jornal, saberiam da existência da feira. Nem parece que são estudantes universitários.

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