A opinião dos jovens sobre as relações familiares através do trabalho
por Alcyr Cavalcanti
"As relações entre as classes sociais têm um caráter antagônico, uma vez que se baseiam na exploração, na opressão dos despossuídos pelos possuidores. São relações inconciliáveis da luta de classes."
por Alcyr Cavalcanti
"As relações entre as classes sociais têm um caráter antagônico, uma vez que se baseiam na exploração, na opressão dos despossuídos pelos possuidores. São relações inconciliáveis da luta de classes."
Karl Marx
No Espaço Cultural Sylvio Monteiro quarta feira dia 19, o jornalista e escritor Julio Ludemir fez uma introdução sobre a importância das relações familiares mediadas pelo trabalho e suas perspectivas. Eram 15 horas quando faz a pergunta que todos queriam ouvir, embora aparentemente tímidos para expor seus relacionamentos, muitas vezes difíceis por motivações as mais diversas.
“Quem está disposto a contar sua história?”, pergunta Julio ao grupo de jovens, e para motivá-los e dar segurança faz uma analogia entre cabanas construídas na areia sem base sólida, à semelhança de castelos de areia que são facilmente destruídos pelas ondas de um mar revolto. Ele tem medo que o projeto passe na vida dos jovens que participam da Escola Agência de Comunicação sem deixar vestígios.
Narrativas são feitas superando a timidez
Superada a timidez inicial, a jovem de dezoito anos Desirée Raian fez um relato sobre sua mãe. “Ela se casou com 20 anos e foi morar na Itália. Trabalhou como camareira, foi dona de bar, esteticista e segurança. Esses empregos serviam para ajudar a manter a casa , mas a afastavam de seu sonho de estudar história.” Sua mãe trabalha há cinco anos como embaladeira em uma fábrica. Embora o trabalho sempre tenha sido uma constante em sua vida, ela deixou um outro legado para a filha Desirée. “O sonho de uma vida a gente não esquece”, disse-lhe a mãe quando ela foi entrevistá-la para o trabalho proposto na última segunda-feira.
A vida de Luiz Felipe Garcez, o Pato, teve muitos altos e baixos. Seu pai chegou a ter muito dinheiro, fabricando toldos, em uma pequena indústria, mas perdeu tudo. “Ele sempre foi muito trabalhador e é muito inteligente, mas não é esperto. Fez vários cursos, mas perdeu tudo por causa das mulheres que teve.”
Nathany Rozalino, uma estudante de 17 anos, descobriu que o sonho do pai era ser piloto da Aeronáutica. “Mas meu avô morreu e ele teve de ser internado em um colégio longe da sua cidade”, contou para os amigos. Imprevistos e demissões modificaram a trajetória de seu pai, que trabalhou em diversas fazendas até se firmar no mercado de pedreiras. “Ele trabalha na Vigne há 14 anos e mais uma vez vai ficar desempregado, pois a pedreira vai ser fechada em breve.” O pai de Nathany aguarda apenas que a filha se forme para voltar para Boa Sorte, sua terra natal.
Com 18 anos, Flávia Ferreira Pita de Freitas tenta sintetizar as narrativas com uma frase que ouviu ao entrevistar a mãe. “Pobre não sonha.” Apesar das diferenças entre ela e a mãe, Flávia entende a dureza de dona Fátima. “Ela sempre trabalhou, e conheceu meu pai trabalhando em uma padaria”, lembrou. Sua mãe teve que trocar as bonecas pela criança de que tomou conta, quando tinha apenas 12 anos. “Em seu caso, o trabalho infantil foi uma necessidade”, disse com emoção a bela jovem repórter.
Algumas vezes, como no caso da narrativa de Louise Teixeira, uma estudante de produção cultural com 18 anos, uma das muitas crises do capital veio a afetar profundamente anseios, sonhos, projetos. "Meu pai era do sindicato dos aeroviários do Rio de Janeiro", contou ela, que graças a essa condição pôde viajar para a Disneylândia na infância. "Ele foi demitido depois de liderar uma greve na década de 1990", lamentou a jovem. Atualmente, o pai tem uma pequena empresa de aparelhos de segurança.
“Quem está disposto a contar sua história?”, pergunta Julio ao grupo de jovens, e para motivá-los e dar segurança faz uma analogia entre cabanas construídas na areia sem base sólida, à semelhança de castelos de areia que são facilmente destruídos pelas ondas de um mar revolto. Ele tem medo que o projeto passe na vida dos jovens que participam da Escola Agência de Comunicação sem deixar vestígios.
Narrativas são feitas superando a timidez
Superada a timidez inicial, a jovem de dezoito anos Desirée Raian fez um relato sobre sua mãe. “Ela se casou com 20 anos e foi morar na Itália. Trabalhou como camareira, foi dona de bar, esteticista e segurança. Esses empregos serviam para ajudar a manter a casa , mas a afastavam de seu sonho de estudar história.” Sua mãe trabalha há cinco anos como embaladeira em uma fábrica. Embora o trabalho sempre tenha sido uma constante em sua vida, ela deixou um outro legado para a filha Desirée. “O sonho de uma vida a gente não esquece”, disse-lhe a mãe quando ela foi entrevistá-la para o trabalho proposto na última segunda-feira.
A vida de Luiz Felipe Garcez, o Pato, teve muitos altos e baixos. Seu pai chegou a ter muito dinheiro, fabricando toldos, em uma pequena indústria, mas perdeu tudo. “Ele sempre foi muito trabalhador e é muito inteligente, mas não é esperto. Fez vários cursos, mas perdeu tudo por causa das mulheres que teve.”
Nathany Rozalino, uma estudante de 17 anos, descobriu que o sonho do pai era ser piloto da Aeronáutica. “Mas meu avô morreu e ele teve de ser internado em um colégio longe da sua cidade”, contou para os amigos. Imprevistos e demissões modificaram a trajetória de seu pai, que trabalhou em diversas fazendas até se firmar no mercado de pedreiras. “Ele trabalha na Vigne há 14 anos e mais uma vez vai ficar desempregado, pois a pedreira vai ser fechada em breve.” O pai de Nathany aguarda apenas que a filha se forme para voltar para Boa Sorte, sua terra natal.
Com 18 anos, Flávia Ferreira Pita de Freitas tenta sintetizar as narrativas com uma frase que ouviu ao entrevistar a mãe. “Pobre não sonha.” Apesar das diferenças entre ela e a mãe, Flávia entende a dureza de dona Fátima. “Ela sempre trabalhou, e conheceu meu pai trabalhando em uma padaria”, lembrou. Sua mãe teve que trocar as bonecas pela criança de que tomou conta, quando tinha apenas 12 anos. “Em seu caso, o trabalho infantil foi uma necessidade”, disse com emoção a bela jovem repórter.
Algumas vezes, como no caso da narrativa de Louise Teixeira, uma estudante de produção cultural com 18 anos, uma das muitas crises do capital veio a afetar profundamente anseios, sonhos, projetos. "Meu pai era do sindicato dos aeroviários do Rio de Janeiro", contou ela, que graças a essa condição pôde viajar para a Disneylândia na infância. "Ele foi demitido depois de liderar uma greve na década de 1990", lamentou a jovem. Atualmente, o pai tem uma pequena empresa de aparelhos de segurança.
Narrativas enfocando sonhos, esperanças, dificuldades, frustrações, desequilíbrios sociais afetando profundamente os relacionamentos familiares. Histórias que provocam surpresa, mas principalmente são histórias de fé e esperança, e muita vontade de lutar, para provocar mudanças, e só assim poder alcançar novos tempos em uma nova sociedade, através da superação das desigualdades sociais.
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