segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A casa dos quatro irmãos
Flávia Ferreira e Leandro Silva

Cuidar de um jovem em casa parece uma tarefa difícil, imagine então cuidar de quatro filhos. Assim vive Leandro Silva Furtado,22 anos, mais conhecido como Desenho, no pacato bairro de Santa Rita em Nova Iguaçu. Ele é um dos quatro filhos da dona de casa Marili S. Furtado, 42 anos e do motorista Francisco J. Rodrigues com 50 anos. Sua família tem raízes na igreja. "A base de nossa família é o Evangelho, meu pai é super ortodoxo e minha mãe sempre nos defende, até quando não merecemos", diz ele rindo.

Como se não bastassem as brigas comuns entre os irmãos, Leandro e seus três irmãos tem um tipo de rivalidade. Tiago S. Furtado, 19, é entregador, mas o motivo que causa a rivalidade é o time pelo qual torce. Ele é da Força Jovem Vascaína e Leandro é flamenguista, em princípio arquiinimigos. "Ele é que arruma a maior confusão com os familiares", disse Leandro. Segundo ele, como se não bastasse a paixão pelo time, Tiago ainda briga com o outro irmão, Rafael Furtado de 17anos. "Eles brigam por causa de roupas de marca, que um pega do outro".

Um filho não esperado, mas muito querido
Rafael é um jovem pai de primeira viagem. Traído pela paixão, manteve relacionamento íntimo com Thamires, de17 anos, e o resultado foi uma gravidez não planejada. Seu filho se chama Gabriel, tem um mês de nascido e é sustentado pelo avô (pai de Rafael). Rafael ainda não trabalha, não tendo as mínimas condições de sustentar seu filho . "Meu pai quando soube ficou muito bravo, falou que meu irmão não tinha responsabilidade e que seria uma criança cuidando de outra criança", disse Leandro. Rafael e Thamires não moram juntos, mas continuam tendo uma relação afetiva.

Seis anos mais nova, com onze anos, a caçula da casa Talita Furtado é uma miniatura de mulher, ela é super vaidosa e, para Leandro, a menina dos olhos de seu pai. Para o desespero de Leandro, algo de ruim aconteceu. A caçula, influenciada pelo irmão vascaíno, resolveu se bandear para o lado inimigo. "A influência dele deu muito certo e agora temos outra vascaína em casa", conta ele.

Um relacionamento de respeito mútuo
Por mais complicado que seja o convívio com os adolescentes em casa, a relação é de respeito mútuo e há uma certa fiscalização para autorizar certas coisas que querem fazer. "Eu entendo esta posição deles, pois a sociedade evoluiu e hoje o perigo é bem maior, então eles tentam nos manter livre dessas armadilhas", disse Desenho. Mas dona Marili diz mais, para ela o convivo dos jovens se baseia em descontração, tensão e competividade.

Dentre as preocupações que afligem as mães, estão amizades que seus filhos mantém fora de casa. "Meus filhos nunca foram de trazer amigos para dentro de casa, mas eu abro o olho deles a respeito dos amigos da escola e da rua", disse dona Marili, mãe de Leandro. Em sua casa os filhos é que são responsáveis. Ganham pontos sendo tratados como adultos.

Seus pais se conheceram na praça Heliópolis e estão casados há quase 25 anos. "Na juventude, meu pai rodou o país no carona do caminhão de meu avó Antônio e não tendo seu próprio caminhão optou por ser motorista de ônibus", disse Desenho. Seu Francisco em suas cinco décadas de vida, ainda tem pique para até arranjar um "bico", para ajudar nas despesas familiares. Ele trabalha há 5 meses em uma empresa de onibus , como motorista.

Um comentário:

  1. Uma grande entrevista, isso porquê Seu Jorge nos recebeu de forma muito simpatica e abriu seu coração de forma única...Além do mais, a equipe (eu, Bruno, Aline e Mary) estavam muito comprometivose animados com o que poderia acontecer neste dia. Trabalhar com pessoas comprometidas com o trabalho é muito relevante para o resultado final deste, por isso tudo foi maravilhoso..

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