segunda-feira, 28 de abril de 2008

Inclusão Subjetiva

"Não adianta ensinar um menino a bater lata e usá-lo como macaquinho para burguesia ver". (Marcus Vinicius Faustini)

Por Flávia Ferreira

Imagens - Maryane Dias e Gabriela Bré

A todo instante somos rodeados de imagens que possuem movimento próprio, como carros, pessoas, paisagens, entre outros. Importar a imagem, através de fotos ou vídeo, sugere uma variedade de sentidos que se resume em perceber, sentir e transmitir determinados assuntos de forma mais livre e mais subjetiva. Desta forma, a subjetividade e a imagem se ligam, uma vez que somente uma imagem tem inúmeras representações. Ela organiza nosso imaginário e por meio delas pode-se resumir uma série de visões de mundo.

Na periferia, muitos projetos de inclusão são discutidos, porém nenhum deles representa o mundo que este jovem vivencia. Logo quando refletimos sobre uma forma de colocar o jovem no mundo, pensa-se, primeiro, em dar suporte técnico para estes, porém de nada adianta incluí-lo sistematicamente se este não traz consigo sua carga de experiências. “Não adianta tornar o jovem de periferia popular, se ele não incluir, dentro de sua ascensão, a subjetividade das periferias na subjetividade do mundo’, acredita Marcus Vinicius Faustini, cineasta e Secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu.

Incluir subjetivamente é mostrar que o jovem pode usar seus próprios instrumentos, como celular e o MP3, para criar linguagens para o mundo. "Não adianta ensinar um menino a bater lata e usá-lo como macaquinho para burguesia ver", diz ele.

Faustini lembra que o pobre escuta continuamente que ele não deve fazer certas coisas, que não foram feitas para ele. E o espírito crítico só é desenvolvido quando você passa a mostrar aos outros que pode manipular o mundo. “Ser um indivíduo crítico não é ser ranzinza, mas saber diferenciar as particularidades de cada local. A idéia de inclusão subjetiva faz com que as pessoas percebam que o mundo é uma linguagem.”

Um comentário:

  1. toda intenção quando bem intencionada, e com um objetivo honesto, ela tem sua validade e importância, primeiro não podemos esquecer que a vontade de mudança parte de cada individuo, ele tem sua própria vontade, seu próprio mundo, então podemos dizer que existi varios meios e forma para se comunicar com o individuo não esquecendo que a vontade é dele, os meios oferecidos sim são nosso.

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