quarta-feira, 13 de maio de 2009

A escola é uma mãe

Mães voluntárias levam carinho para a escola e diminuem carga de trabalho das professoras
por Daniel Santos

Além das professoras, chamadas carinhosamente de "tias", alunos do primeiro segmento da Escola Municipal Ornélia Lipp, em Vila Iracema, também contam com o cuidado, o amor e a dedicação das mães voluntárias.

O papel de uma mãe voluntária não é pequeno, nem coadjuvante, mas sim fundamental e bem difícil. Varia de um nó no tênis a dar banho e colo para um aluno, tirando um pouco do peso que durante anos foi carregado apenas pelas tias "professoras". “Agora as professoras podem usar a energia economizada no ensino, o que resulta em melhores aulas”, afirma Edileuza Nascimento, 38 anos, mãe voluntária há um mês da Ornélia Lipp.


As mães voluntárias também têm a função de monitorar o comportamento das crianças, dialogando com elas sempre que o comportamento dos pirralhos revele um problema trazido de casa. "Muitas crianças têm atitudes violentas. E eu procuro conscientizá-las sobre estes atos violentos sendo amorosa", acrescenta Edileuza do Nascimento.

A mãe voluntária entrou na Ornélia Lipp para juntar o útil ao agradável. “Eu estava desempregada e queria ficar mais perto dos meus dois fillhos”, revela a mãe voluntária e mãe de sangue de Rômulo Henrique do Nascimento, 10 anos, e Itallo Henrique do Nascimento, 8 anos. Os filhos agradecem ao projeto. " Eu gosto de ter minhã mãe por perto, mas não fico com ciúme de ter que dividir a atenção dela com meus amiguinhos", diz Rômulo, que está na 5ª série.

Coruja
Estar perto do filho também foi um fator importante para que Márcia Cristina Rodrigues, 28 anos, aderisse ao programa, mas a experiência está servindo para que realize um antigo sonho. “Sempre quis trabalhar com crianças”, diz a mãe de Fabrício Costa, sete anos, da 1ª série. "Procuro passar tudo de bom para elas.”

Há menos de um mês como mãe voluntária, Márcia já descobriu que as crianças sentem falta de conversas com os pais em casa. "Elas precisam muito de carinho, reclamam da falta de diálogo dos pais”, conta Márcia, que procura passar boas mensagens para os estudantes nessas ocasiões.

Márcia, que também é costureira, acredita que poderia ser ainda mais útil ao bairro e à escola. "Gostaria de poder ajudar com costura”, diz ela, que acredita que viveríamos numa cidade melhor se o projeto mães voluntárias fosse estendido a toda rede municipal. “Tenho várias ideias.”

INTERATIVIDADE:

Reduzir as tarefas das professoras com o trabalho das mães voluntárias é certeza de melhores resultados nas aulas?

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