quarta-feira, 27 de maio de 2009

O guia do Bairro-Escola

Jovens repórteres descobrem Miguel Couto com coordenador das oficinas culturais

por Mariane Dias e Thiago Serrano / fotos de Mariane Dias

Durante uma caminhada com o sub-secretário de Cultura e Turismo, Rômulo Salles, ficou muito simples entender como está o programa Bairro-Escola em Miguel Couto. Miguel Couto é um bairro bem popular de Nova Iguaçu, tem muita gente o tempo inteiro, praticamente um centro dentro do centro da cidade. Andamos cerca de um quilômetro pelas faixas vermelhas pintadas nas calçadas, sinalizando o caminho que leva os estudantes para os parceiros do Bairro-Escola.

Nos parceiros, os mediadores, que são universitários de diversos cursos, promovem oficinas culturais e esportivas nesses espaços que, muitas vezes, são cedidos por pessoas que decidem abrir suas portas para ajudar esse trabalho tão importante. A Igreja Católica do Ambaí, por exemplo, é parceira da Escola Municipal Ana Maria Ramalho. “Mesmo sendo uma instituição religiosa, a igreja faz questão de não interferir nas crenças dos alunos durante as atividades”, explicou o sub-secretário.

Como exemplo, Rômulo Sales fala da Escola Municipal Flor de Lis. Com estava com dificuldade de espaço para realizar as oficinas, seus diretores propuseram uma parceria com a maçonaria que fica logo ao lado da escola. Por isso que as oficinas culturais aplicadas no horário integral não foram prejudicadas. “Mas como é necessária a aprovação dos pais para o aluno participar do horário integral e das oficinas culturais, foi preciso driblar a resistência dos pais de determinada religião deixar os filhos participarem de oficinas ministradas em espaços de religião diferente”, lembrou Rômulo Salles. Mas por incrível que pareça, isso acabou ajudando a minimizar essa resistência. “Hoje, as reuniões pedagógicas acontecem em espaços religiosos, independentemente de o parceiro ser padre, pastor ou mãe de santo.”

Requalificação urbana

Esse processo também faz parte do programa Bairro-Escola, buscando melhorar o trajeto das crianças. As calçadas, por exemplo, precisam estar em perfeito estado e as ruas, sinalizadas. “Mas alguns bares, oficinas e borracheiros estão atraplhando esse trajeto”, lamentou Rômulo Salles. O sub-secretário também citou a academia pública, uma das parcerias do Bairro-Escola. Pela manhã, os idosos tomam conta do lugar, e à noite o público jovem se concentra e pratica exercícios inteiramente de graça.

Por fim, Rômulo mostrou os muros coloridos pelo Graffiti, que é uma arte urbana que transforma os muros da cidade em arte pública. ”Evita pichações”, afirma. “Muitas vezes, o morador não apenas permite ser pintado, como pinta junta com o governo.” Dessa forma o morador se envolve com o programa de qualquer maneira e é observado pelas crianças, que serão as responsáveis por levar essa linguagem para o mundo.


Interatividade:
Qual o lugar de Miguel Couto você mostraria?

2 comentários:

  1. Não conheço muito Miguel Couto. Meu contato com o local se resume a indas e vindas apressadas do curso ou estágio. Mesmo assim, gosto muito da visão da Escola Livre de Cinema. Sem dúvida, mostraria esse lugar que traz princípios de liberdade até no nome.

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  2. Mercado popular! Esse lugar tem muita história, descobri no Recreio nas Férias :)

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