quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Velhos combatentes


Apesar de ultrapassado, The King Of Fighters continua uma febre em Nova Iguaçu
texto e fotos Marcos Paulo

The King Of Fighters é um jogo ultrapassado. A última versão foi lançada em 2003 e, por isso, além de a resolução não se encaixar nos jogos de hoje, sua jogabilidade não é tão variada. Mesmo assim, ele continua uma febre. Ataca tanto os jovens quanto os adultos.
Em Nova Iguaçu, há diversos pontos de games desde que a primeira versão do The King Of Fighters chegou ao mercado no remoto ano de 1995, desbancando o então imbatível Street Fighter. Uma das mais concorridas fica no Center, onde a qualquer hora do dia é possível encontrar jovens de todas as idades. Por razões óbvias, os adultos só são vistos na lojinha na hora do almoço.

O vendedor Wilson Siqueira, de 28 anos, já foi considerado o melhor jogador de The King Of Fighters de Nova Iguaçu. Sua fama se espalhou pela Baixada Fluminense. “Pô, eu já fui muito viciado nisso”, lembra ele, que num passado não muito remoto entrava no Center de manhã e só saía à noite. Para o bem de suas finanças, ele hoje consegue se controlar quando pega um joystick.

Dinheiro em casa
O game tem campeonatos, nos quais, além do troféu, são oferecidos prêmios em dinheiro paras os ganhadores. Vencê-los foi uma das saídas que o vendedor encontrou para aplacar as reclamações da mãe, uma ferrenha opositora do seu vício até ver o filho chegando com dinheiro em casa. “Minha mãe reclamava muito na época”, lembra Wilson Siqueira.

Não sem razão, admite hoje. “Eu fazia muitas loucuras”, confessa. Ainda povoam suas lembranças o dia em que ele e um amigo foram a pé até Belford Roxo só para participar de um campeonato. O pior de tudo, no entanto, foi na volta. “Como não ganhei, fiz meu amigo se fingir de deficiente para entrar no ônibus.” Nesse teatro, o jogador era o acompanhante.

Se o companheiro de campeonato de Wilson Siqueira fosse Guilherme da Silva, 23 anos, ele, além de não precisar simular deficiência física para não pagar a passagem de ônibus, poderia voltar com o título perdido em Belford Roxo. É que, embora jogue com apenas uma mão, o chamado Mãozinha é um dos jogadores mais hábeis da lojinha do Center.

Busca de cinto
Mãozinha pode ser visto com frequência ao lado de Renan de Lima, de 12 anos, cujas fichas são compradas com os ganhos obtidos com os doces que em tese devia ajudar nas contas de casa. “Se minha soubesse que eu estou aqui, ela vinha me busca de cinto”, conta o menino. Mas como ele fica o dia todo na rua sua mãe nem sabe o que ele faz contou ele. “Ela só fica brava quando percebe que tá faltando muito dinheiro.”

O Center também é o destino do estudante Erice da Silva, de 17 anos, quando acabam as aulas. Mas embora fique jogando até a hora do jantar, não encontra uma oposição tão cerrada dentro de casa. “Eu venho para cá todo o dia e fico jogando até as 6 ou 7 horas, mas minha mãe não fala nada”, conta o estudante.

5 comentários:

  1. Eu era viciado nesse game, fui o melhor da minha rua. hi hi

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  2. Pra falar a verdade tbm fui muito..héhé
    minha mãe que diga...kuaskuas

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  3. Definitivamente KOF não é um jogo ultrapassado. E eu me refiro a qualquer versão, do 94 aos que ainda vão chegar. Bicho, um jogo é muito mais que píxels e jogabilidade, você não pode traçar usar a escala tecnologica como a escala evolutiva dos games -- isso além de positivista é uma baita falta de senso. Se fosse assim, futebol seria um esporte ultrapassado.

    Mas vamos pensar como você: KOF é ultrapassado. Agora vamos às perguntas que me fiz:
    Onde estão os games "modernos" atualmente em Nova Iguaçu? Seria o KOF mesmo uma febre ou apenas falta de opção? Essas crianças têm acesso a um PS3 por 40 centavos? Veja onde um ponto de vista mais coerente pode levar...

    Abs, MT.

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  4. Como é que eu posso nunca ter jogado ??

    Fiquei até curiosa agora .
    Mandou bem, Marcos Paulo . !

    ; D

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  5. Esse jogo eh foooooora do norma, me amarro..Jogo todos os dias, vício puro..

    Quanto a matéria achei muito legal, uma das melhores que eu ja li até agora aqui. Não sei se é pelo meu interesse ou pq realmente tah boa..

    Nota10

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