Salgados a R$ 1 são a salvação no Centro
de Nova Iguaçu
por Marcos Paulo
Muitas pessoas têm que vir para o Centro de Nova Iguaçu, a fim de resolver seus problemas do dia-a-dia. Alguns chegam a passar o dia todo fora de casa. Como então “matar a fome”? O que fazer na hora do almoço ou do lanche, quando o tempo se torna tão escasso quanto o dinheiro no bolso?
Em Nova Iguaçu, o que não faltam são lanchonetes, bares e padarias, mas todo mundo corre para as barraquinhas de salgados a um real. Elas são frequentadas por jovens estudantes, trabalhadores e donas de casa que dão uma paradinha rápida para “tapear o estômago”.
Fast food
O comerciante Luiz Carlos da Silva montou uma barraquinha em sua própria casa. Ele espera com ansiedade o mês de fevereiro, quando as crianças voltarem às aulas. Os seus lucros dependem do Colégio Estadual Califórnia, em férias desde dezembro.
Ele monta sua barraquinha de lanches, preparados com carinho pela esposa. Quando chega a hora do intervalo, os alunos vêm correndo. “Aqui sai de tudo, desde biscoitos a refrigerantes, mas o que tem mais saída são os salgadinhos acompanhados de um suco caprichado a R$ 1. Aí eu vendo tudo. É o nosso fast food, com bem menos aditivos.”
Ele só para de vender quando não acabam os salgados. “Se tivesse mais para vender, venderia tudo”, garante com um sorriso de orelha a orelha. Também são ótimos clientes os jogadores de vôlei do colégio, que ficam treinando na quadra até tarde. “Eles chegam a comprar até três salgados. É o almoço deles.”
Os professores e funcionários da escola também costumam “almoçar” na sua barraca, quando têm que ficar em dois turnos. Os professores que trabalham em outras escolas e não têm tempo de ir até em casa também fazem uma “boquinha” na sua barraca.
O segredo do negócio está na quantidade que se vende. “Se vendo pouco, eu lucro pouco.” Mas o faturamento é para lá de satisfatório quando as vendas crescem, como se pode inferir pelo número de barraquinhas espalhadas pela cidade. Uma das mais procuradas fica em frente ao supermercado Guanabara, perto do “Buraco do Getúlio”.
O comerciante, que pediu para não ser identificado, não consegue contar o número de pessoas que vêm “matar a fome”. Embora sua barraca não fique em um local fixo, seus fregueses o procuram à cata dos salgadinhos, feitos por uma distribuidora com vendas espalhadas por toda Nova Iguaçu.
Moedinha
“Aqui é uma disputa entre o churrasquinho, o frango empanado e o nosso salgado”, brinca o comerciante. “Mas eu acho que o nosso salgado é o campeão, por causa do preço. Todo mundo tem uma moedinha de R$ 1, aqui parece até o restaurante popular.”
Os salgados são a salvação do estudante Pedro Paulo dos Santos, de 14 anos. Toda vez que tem que fazer uma pesquisa na biblioteca, ele passa na barraquinha e reforça o estômago. “É perfeito, é no meio do caminho. Já levei muitos amigos do colégio para provar as delícias. Pelo preço, dá até para comer dois. Se fosse mais caro, não teria como, ia ficar na saudade.”
O também estudante Marcos Vinicius Souza diz que, quando tem que passar o dia todo fora de casa, sabe onde pode fazer um lanchinho. “Já levei meus pais. Foi no dia em que viemos aqui no mercado e ficamos muito tempo. Quando saímos, a fome apertou. Então eu disse que conhecia um lugar legal para comer . Eles foram e aprovaram. Foi muito legal, querem até voltar.”
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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