Adolescentes evangélicas também enfrentam o drama da gravidez precoce
por Suelen da Silva Cunha, Marta da Silva Batista
e Carla Caroline da Silva
A gravidez precoce é um drama para os jovens desinformados. Segundo dados do IBGE, o número de adolescentes grávidas aumentou em 15% desde 1980. De cada 100 mulheres que têm filhos no Brasil, 28 engravidam antes dos 18 anos. As evangélicas constituem minoria dessa estatística, mas não estão imunes. Não são todas que seguem o preceito bíblico segundo o qual só se deve fazer sexo após o casamento.
A história da estudante Amanda Silva, de 17 anos, é uma prova de que os conselhos do pastor não são suficientes para que as adolescentes deixem de sentir os prazeres e desejos da carne. "Estava noiva quando tudo aconteceu", lembra ela, que temeu a opinião da família, da vizinhança e principalmente dos irmãos da igreja quando recebeu a notícia de que ia ser mãe. Dona Eliane Silva, a mãe de Amanda, só desarmou o coração com a chegada do netinho. "Vou apoiá-la sempre, afinal a vida é uma benção."
De casa para a igreja
A mãe de Rhaiane também ficou em estado de choque quando percebeu as primeiras alterações no corpo da filha, que, com apenas 14 anos, engravidou de um homem de 24 anos. Com 53, dona Maria da Penha tinha convicção de que a filha jamais daria um passo em falso. "Minha rotina era do colégio para casa e de casa para a igreja", conta a menina. Além do permanente estado de prisão domiciliar, dona Maria da Penha evitava conversar sobre sexo com a filha. "Tudo o que aprendi foi com minhas colegas e com a professora de ciências."
Embora Rhaiane tenha sido vítima do tabu, as adolescentes evangélicas já conversam naturalmente sobre sexo inclusive nas próprias reuniões de jovens. “A maioria de nós ainda é virgem, mas acabamos comentando sobre sexo, sim”, afirma Mariana Cunha, de 15 anos. A única diferença entre essas meninas e as demais é que elas são mais controladas. “Temos curiosidade de saber mais sobre isso e sempre acaba rolando esse assunto, mas achamos que não está na hora.”
A experiência de Crislaine Ramos Lima, uma moradora do Cobrex de 21 anos, confirma a tese de Mariana. Foi na Igreja Metodista Wesleyana, que frequenta desde a infância, que ela conquistou a segurança de que precisa para preservar a virgindade até o casamento. “Não acho legal ter relações sexuais antes do casamento”, afirma ela. “Não é o que o pastor diz e sim o que está na Bíblia.”
Pessoa séria
Crislaine, que vai ao culto para arejar a cabeça, acha que “menina que não freqüenta a igreja está sujeita a engravidar”. Essa tese pode ser confirmada por T. S , que perdeu a virgindade aos 14 anos. A adolescente entrou para a igreja por causa do mal-estar provocado pelo fato de já contabilizar cinco parceiros sexuais. “Eu ainda não era evangélica”, justifica-se. “Quando entrei para igreja, passei a ouvir os ensinamentos sagrados e agora quero uma pessoa séria.”
De vez em quando, a estudante Larissa Silva, 16 anos, é acometida por uma crise de consciência. Mas embora a sua igreja ensine que “Deus não aprova o sexo antes do casamento”, faz dois anos que essa moradora do bairro de Santa Rita não consegue resistir às tentações da carne. “Perdi a minha virgindade há dois anos e já estou no quarto parceiro”, conta ela, que, como não consegue interromper sua vida sexual, recorre aos preservativos e, em alguns casos, ao perigoso coito interrompido.
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Não vejo por este ponto de vista.
ResponderExcluirNa verdade nós temos duas coisas distintas neste assunto que são: A gravidez precoce e o ato sexual em si.
O primeiro assunto é algo que aflige a todos os níveis de nossa sociedade indiferente de credo. O que ocorre é uma grande hipocresia de nossa sociedade em temer ensinar educação sexual aos jovens e adolescente. O assunto sexo ainda é visto como uma grande bruxa a ser caçada pela inquisição em nossas famílias e dessa forma é natural que haja cada vez mais mães jovens. O que falta é EDUCAÇÃO! Educação é a chave de nossos problemas, EDUCAÇÃO é tudo o que brasileiro precisa. Vergonha na cara nós temos e praticar sexo não torna ninguém menos dígno.
O que nos leva ao segundo assunto: Sexo antes do casamento.
Está mais do que provado que o sexo hojé é completamente banalizado por todos. Mas não há de ser tudo a ferro e fogo.
Por exemplo, Na matéria acima está escrito o seguinte: "As evangélicas constituem minoria dessa estatística..." e no entanto eu discordo pelo seguinte. A comunidade Evangélica no Brasil é quase que fundamentalista e dessa forma criam-se, muitas vezes, pessoas reprimidas que simplesmente MENTEM para os pais e para si mesmo. Digo isso com experiência própria, pois quase todas as mulheres que conheci e que me envolvi pertencetes ao mundo evangelico têm vida sexual ativa e muitas escodem isso com se fosse a maior vergonha de suas vidas. Então a religião nunca foi sombra e formadora de carater como a matéria da a entender, na verdade carater vem novamente... da EDUCAÇÃO. A religião muitas vezes é usada como desculpa... infelizmente...