segunda-feira, 7 de julho de 2008

Xepa do livro

Feira do livro fica em Nova Iguaçu até o próximo dia 17
Por Daniel Santos, Marcelle Teixeira e William Costa
Fotos: Mariane dias e Daniel Santos

Desde o dia 2 de junho, Nova Iguaçu está repleta de bons livros. Se você é daqueles que viaja quando está lendo, não perca as últimas semanas da Feira de Livros da Praça Rui Barbosa, no Centro. Essa é uma ótima chance para conhecer novos autores ou encontrar seus títulos preferidos. A feira, que está rolando há cerca de um mês, vai ficar na cidade até o dia 17 de julho. Para quem não conhece, a praça Rui Barbosa fica no coração do comércio de Nova Iguaçu, também conhecido como 'praça da antiga rodoviária'.

Ao todo são 14 estandes de venda, um para cada livraria. A posição dos estandes é decidida por meio de um sorteio. As pessoas transitam pelo corredor de livros formado pelas barracas. Há livros para todos os gostos e bolsos. Os títulos oferecidos pelos sebos chegam a custar R$ 1. Títulos como "A menina que roubava livros", há mais de um ano liderando a lista dos livros mais vendidos, também podem ser encontrados com bons descontos. "Aqui tudo é bem vendido", conta o vendedor de livros Fernando Gomes, que vende mais de 500 títulos por semana e trabalha na feira desde 2006.

Mais em conta
A feira, uma iniciativa da Academia Brasileira de Letras, existe há mais de 40 anos. Ela é itinerante, passando por várias cidades em forma de circuito. Embora só tenha chegado em Nova Iguaçu há quatro anos, logo caiu no gosto do leitor da cidade. "Atendo pessoas de todos os tipos", afirma o mesmo Fernando Gomes. "Desde crianças até idosos, passando por professores e alunos." A principal razão para toda essa procura pode ser explicada pela professora Elizane Gomes da Silva, que há anos faz suas compras na feira. "A feira é uma iniciativa maravilhosa", afirma ela, que este ano comprou "Gênero do discurso na escola", de Helena Brandão. "Aqui a gente pode comprar livros mais em conta."

A proximidade com o calçadão faz com que as pessoas visitem a feira sem um objetivo definido. "Todo dia a gente passa por aqui só para ver as ofertas", diz a estudante Juliana Sepúlveda, que na última quarta-feira comprou "O incrível livro de hipnotismo de Molly Moon", de Georgia Byng, enquanto aguardava a hora de entrar no pré-vestibular. Ela estava acompanhada de sua amiga Camila Távora, que vai à feira só pelo prazer da pesquisa. "A feira do livro é um incentivo à leitura", afirma Camila.

Primeira edição
A feira termina atraindo pessoas que ainda não acordaram para a importância da leitura. Esse foi o caso do trabalhador autônomo Carlos João, que sequer sabia da existência da feira quando passou na praça Castro Alvos na última terça-feira. "Acho uma ótima oportunidade para os estudantes", diz. Não foi muito diferente com Dione Silva, uma vendedora de uma loja de roupas femininas próxima à feira. "É uma ótima fonte de cultura para o povo da nossa cidade", afirma ela, embora ela própria em geral restrinja sua leitura a revistas e jornais.


Bruno Gomes, um vendedor de livros de 23 anos apaixonado pelos
clássicos da literatura brasileira, ficou duplamente feliz com a feira. "Achei a 1º edição de Dom Casmurro, de Machado de Assis", diz ele, entusiasmado com a raridade. Mas o seu amor pela leitura não impede de ver as grandes oportunidades comerciais da feira, na qual trabalha pelo segundo ano consecutivo. "Os livros de nossa literatura estão sendo muito procurados por alunos para fazerem trabalhos escolares", avalia. "Também está tendo muito saída ´A menina que roubava livros´, do australiano Markus Zusak." Este livro, que lidera a lista dos livros mais vendidos há mais de um ano, pode ser encontrado na feira com ótimos descontos.

Mais procurados
Na barraca de Maicon, um vendedor 23 anos que faz o circuito das feiras há cinco anos, repete-se a tendência dos leitores comprarem os títulos que lideram as listas de livros mais vendidos dos grandes jornais. "Os livros mais procurados aqui são ´O pequeno príncipe´, de Antoine Saint-Exupéry, e ´Caçador de pipas´, de Khaled Hosseini", diz o vendedor. "Caçador de pipas", que está na lista dos mais vendidos desde o seu lançamento no Brasil, há mais de dois anos. Embora tenha sido lançado em 1943 e já tenha sido editado inúmeras vezes no país, "O pequeno príncipe" voltou a arrebatar os leitores ao ser relançado pela Editora Agir.


Os vendedores da feira estão interados dos livros, autores e da importância da leitura na vida da sociedade, mas essa consciência deve ser de todos. O entendimento do valor da leitura é um direito de todos.

Um comentário:

  1. Gostei muito da matéria e também de ter participado da mesma!Agradeço pela oportunidade de opinar sobre um evento como esses que incentiva a leitura, que hoje em dia está quase esquecida pela sociedade, que prioriza outros meios de comunicação e informação como a internet.Continuem fazendo ótimas matérias como esta e divulguem seus trabalhos!Parabéns!
    Atenciosamente, Camila.

    ResponderExcluir

Uma kombi que resiste ao tempo

II IGUACINE Exibido na sessão de homenagens do II Iguacine, 'Marcelo Zona Sul' continua encantando plateias 40 anos depois de sua es...