segunda-feira, 7 de julho de 2008

A primeira vez a gente nunca esquece

Jovem repórter faz uma crônica da primeira noite do nosso grupo no Teatro Municipal
Por Daniel Santos
Fotos: Daniel Santos, Aline Maciel e Marcelle Teixeira

O ônibus que levaria a galera da Escola Agência de Comunicação para a festa dos 15 anos do Afro-Reggae partiu da rodoviária de Nova Iguaçu às sete da noite do último dia 25.

Apesar das três horas de espera, a galera estava bem alegrinha e zoando horrores dentro do transporte. Durante a viagem, quando um jovem repórter acabava de contar uma piada engraçada, um outro puxava uma música. Eu era a única exceção, pois estava me sentindo mal.

Quando chegamos ao Teatro Municipal, misturamo-nos à grande massa de pessoas para entrar na festa. Quando enfim conseguimos entrar, restavam poucos lugares para sentar. Como fui dar uma volta para conhecer o espaço, fiquei numa posição muito ruim.

Tietagem
Quando a festa enfim começou, o som da banda Afro-Reggae levou o público à loucura. Vi a hora de algumas pessoas despencarem da galeria. O fogo das meninas da agência era tanto que conseguiram arrancar um tchauzinho do casal Luana Piovani e Dado Dolabella. A festa terminou com um show maravilhoso de Zeca Pagodinho, que contagiou a platéia com suas músicas bem-humoradas.

Eu salivei quando ele brindou a platéia com a taça cheia de cerveja, depois de dar um largo gole. Não havia nada para ser vendido no teatro e por isso eu estava com a garganta seca. Tiveram sorte os farofeiros, que lembraram de levar um lanchinho na bolsa.

Quando dei por mim, a galera já estava metendo o pé. Parecia que era o fim da festa. È fogo. Sempre tem alguém que quer meter o pé cedo.

Pancadão na praça
O grupo da Escola Agência se organizou do lado de fora e foi atrás do ônibus. Enquanto esperávamos o ônibus no meio da multidão, começamos a cantar parabéns para Maicon Christian, o MC Dotadão. Exibido como sempre, o Dotadão subiu no banco para agradecer os nossos cumprimentos.

No melhor da festa, um cara se aproximou e nos pediu um trocado. Era o Roberto, um morador de Caxias cujo apelido é RT. Com 17 anos, ele passa os dias e as noites nas ruas do Centro da cidade.

Não demorou nada para RT se enturmar com a rapaziada e tentar arrancar um beijo da jovem repórter Natalia Ferreira. Ela saiu correndo, é claro.

Mas foi bem diferente quando ele começou a mostrar o seu talento para cantar e dançar. O MC Dotadão acompanhou e quase rolou um baile funk em plena Cinelândia.

RT tentou pegar um bonde com a gente, entrando no ônibus para zoar com a galera. Mas o motorista o botou para correr.

Orkut das gatinhas
Havia um ônibus ao lado do nosso e eu comecei as meninas dentro dele. Na verdade, foram elas que me deram mole, dando tchauzinho, sorrindo para mim e me chamando. Como não estava entendendo o que ela diziam, resolvi descer do ônibus para conversar com elas. No melhor da história, o motorista mandou todo mundo entrar, inclusive elas. Vi que elas ficaram meio tristes, mas eu voltei para o meu ônibus satisfeito. As três moram na mesma cidade que eu, e ainda por cima peguei o Orkut delas.

Sem a zoação do RT e as meninas para azarar, só me restava esperar a boa vontade do motorista. Quando o ônibus partiu e olhamos pela janela, lá estava RT, despedindo-se da nossa.

Tudo estava indo bem, quando um cheiro nada agradável tomou todo o ônibus e não saía de jeito nenhum. Voltaram as zoações, seguidas de perguntas a respeito de quem havia pisado na bosta. Bosta? Era isso mesmo? Pelo menos o cheiro era parecido. Mas será? Merda? Cocô? Que porra foi aquela? De uma coisa eu tenho certeza. Eu não fui. E até agora eu me pergunto quem deve ter sido?

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