Jovens de Nova Iguaçu fazem do skate um estilo de vida
Por: Tatiana Sant'Anna
Colaboração: Viviane Menezes e Priscilla Castro
Ser skatista é complicado. Que o diga o skatista iguaçuano Douglas Leandro, 17 anos, que perdeu quatro namoradas por continuar no seu esporte favorito. Apesar dos preconceitos, o skate é um dos passatempos favoritos da garotada de Nova Iguaçu e tem como ponto principal a Praça do Skate.
A Praça do Skate tem grande importância para a cidade, pois é a primeira pista de skate da América Latina. A pista foi construída em meados da década de 70 e, atualmente, está com 30 anos de existência. Ela é constituída por duas bacias, uma mais suave e outra mais acentuada. A galera que entende do assunto diz que a pista é um bom lugar para se aprender o esporte. O formato continua o mesmo desde quando foi feita, tornando seu visual um pouco exótico para os padrões atuais. Na praça onde fica a pista, também há uma área para o lazer da população local.
Os jovens skatistas iguaçuanos Júlio César, 14 anos, Renan Valentim, 16 anos, e Felipe Fonseca, 14 anos, revelam como um skatista é tratado na sociedade atual. Dizem que o preconceito é muito grande e que muitas vezes são chamados de desocupados. "Algumas pessoas vêm para a pracinha e fazem coisas erradas e nós, skatistas, é que levamos a culpa", diz Renan. Entre as diversas tribos de Nova Iguaçu, os meninos falam que não há nenhum preconceito. "Nos entendemos muito bem", dizem.
Os jovens ficaram emocionados quando perguntamos sobre o que achavam de Nova Iguaçu ter a primeira pista de skate da América Latina. Alguns reclamaram da falta de incentivo da própria população, outros da pouca divulgação da pista. Contam que o futebol é muito mais fácil de ser aceito pelas pessoas, pois o material utilizado pelo skatista não é muito barato. Eles já participaram de competições pela cidade. Douglas ficou em 14° num campeonato de skate no Galpão Skate Park.
Para os jovens, nada é impossível. Eles sabem que, para ser um grande skatista, precisam de coragem, atitude e humildade. E isso não lhes falta. Um exemplo para esses skatistas é o brasileiro Sandro Dias, o Mineirinho, campeão mundial de skate. "Sonhar todo mundo sonha, complicado é vencer o preconceito que é imposto pela sociedade", completa Renan. Perguntados se o skate atrapalha os estudos, os meninos afirmam que não, é como qualquer outro esporte.
Para quem quiser entrar na onda do "boné na cabeça, mochila nas costas e skate no pé", saiba que os equipamentos para este esporte não são baratos. Um bom skate custa cerca de 150 reais, podendo chegar até 400 reais. Quem quiser aproveitar a sensação de desse estilo de vida, basta passar na Praça do Skate, que fica em frente ao viaduto Padre João Musch, no centro de Nova Iguaçu. A movimentação fica boa após as 18h, diariamente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Uma kombi que resiste ao tempo
II IGUACINE Exibido na sessão de homenagens do II Iguacine, 'Marcelo Zona Sul' continua encantando plateias 40 anos depois de sua es...
-
Quando o sonho do lucro fácil se transforma em pesadelo por Marcos Vinícius e Wanderson Santos O sonho do lucro em um trabalho aparentement...
-
"O fim dessas salas se deu por não acompanharem o desenvolvimento das grandes industrias cinematográficas, restando somente as 'por...
-
Das grandes exportações às péssimas condições de produção Por Daniel Santos Imagens: Daniel Santos e sugadas da internet Situada entre Vila...
Nenhum comentário:
Postar um comentário