Três dias de festa, calor e brincadeiras no Campo do Brasileirinho
Por Flávia Ferreira
fotos: Flávia Ferreira e Camila Elen
"Precisamos levar Educação, Esporte, Arte e Cultura para o mundo de lugares no Brasil que ninguém vai e ninguém chega", disse ex-jogadora de vôlei Ana Moser, idealizadora da Caravana do Esporte e da Música. Foram três dias de festa, suor, calor e brincadeiras no Campo do Brasileirinho, Ouro Preto. As 3.600 crianças que participaram do evento deixaram a ex-jogadora entusiasmada. "O nosso trabalho foi só colocar uma luz sobre este local e fazê-lo ser visto", disse ela.
Devido à grande participação dos jovens de Nova Iguaçu, os organizadores da caravana tiveram que criar um corpo de voluntários."O voluntariado foi incorporado este ano porque sentimos a necessidade de jovens participando ativamente do projeto, para que pudessem ser produtores de eventos sociais", disse Mariana Gabriel, a produtora da Caravana de Esporte.
Unicef e prefeitura
"Tudo isso pôde ser viabilizado por conta do trabalho realizado pelo projeto Bairro-Escola e da intimidade do Unicef com a prefeitura de Nova Iguaçu", disse Ana Moser. Ela comanda a caravana de esporte e Daniela Mercury, a de música. O IEE (Instituto Esporte e Educação) também participa da produção da caravana.
Apesar do calor intenso, as crianças não paravam de falar o quanto aprenderam com as oficinas e os professores. "Foi muito bom, porque trouxeram atletas para conhecermos e nos ensinaram o esporte de uma forma legal e divertida", disse a suada Kethlen dos Santos, 11 anos. Como ela, as outras crianças falavam da Caravana, e de todas as oficinas por que passaram, com um certo brilho no olhar.
Laranjas e amarelas
As crianças que estavam com a blusa laranja revesavam nas oficinas esportivas e as de blusa amarela, na oficinas musicais. As oficinas esportivas foram ministradas por atletas e professores especializados. Houve oficinas de brinquedos reciclados, basquete e vôlei, judô, handebol, atletismo, tênis e futebol.
A oficina de basquete usou aros maiores e mais coloridos, para que as crianças pontuassem bastante. As oficinas de judô e handebol foram ensinadas de forma lúdica. A de atletismo unificou as várias modalidades em um minicircuito. Como era de esperar, a oficina de futebol foi a mais procurada pelos meninos.
Pouco gasto
As crianças de amarelo pse reuniram nas tendas espalhadas no campo, onde foram realizadas as igualmente animadas oficinas de música e dança. Elas trabalhavam com coordenação motora, ritmo, marcações, sensorialidade e lateralidade, entre outras coisas.
Além das oficinas infantis, a caravana dos esportes e da música fizeram um trabalho de capacitação dos profissionais ligados à educação. Rondson da Lima, 25 anos , oficineiro de cultura da E.M. Ivonete (CM), foi uma das pessoas que participou da oficina de música. "Essas oficinas me fizeram perceber que posso trabalhar música com poucos componentes e com pouco gasto."
Não pense que parou por aí. Os 'grandinhos' também tiveram seu momento de diversão. À noite, inúmeros artistas locais se apresentaram, no primeiro dia no Sylvio Monteiro e nos outros dois no próprio Campo do Brasileirinho. A ESPN, promotora das caravanas, acompanhou de perto os trabalhos.
Dinheirinho
A comunidade aproveitou a caravana para ganhar um dinheirinho. Esse foi o caso de Carlos Alberto Leão, que ganhou o dia enquanto as crianças brincavam. Ele é sorveteiro e montou sua máquina em frente à casa da sogra, próxima ao campo. As quase 3.600 crianças que passaram pela caravana puderam se refrescar com o sorvetinho de seu Carlos. "O movimento foi contante."
Os envolvidos no evento também não resistiram ao calor e recorreram ao sorvete do seu Carlos."Os lucro subiram nestes três dias de caravana e isso é muito bom." Parece que a família de seu Carlos tem tino para o negócio. Bruna da Silva, comerciante e parente de seu Carlos, vendia salgados na barraca de sua mãe. Ela também lucrou com o evento. "Tivemos que em um dia fazer três vezes a massa de coxinha, porque acabava tudo", comemorou Bruna da Silva.
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