Por Flávia Ferreira e Renan Albuquerque
(matéria ilustrada com imagens retiradas da internet)
Muitos moradores de Nova Iguaçu têm que acordar com o dia ainda escuro e saltar da cama correndo. São os homens, mulheres e jovens que diariamente reforçam a nossa fama de cidade dormitório, que precisam ir trabalhar no Rio de Janeiro. “A vontade de ficar na cama é muito grande”, diz a babá Joyce Luísa, que de segunda a segunda acorda às 4h30 para fazer o percurso de Jardim Iguaçu a Ipanema.
Geralmente, essas pessoas vivem dois momentos distintos. O primeiro é de felicidade, por conseguir a sonhada e a desejada ‘ralação’. O outro é de preocupação com os filhos, a volta para casa e o próprio medo de buscar seu sustento em lugares distantes de sua residência. Como nem todos podem se mudar para perto do trabalho, ou ao menos dormir no batente, têm que enfrentar o caótico trânsito do Rio de Janeiro em lotadas conduções no estressante horário do rush.
Mercado difícil
Faz cerca de oito meses que a enfermeira Joyce Luíza se rendeu às evidências da realidade e aceitou a proposta de emprego para cuidar de duas crianças em Ipanema, onde tem que chegar antes das 8h. “Fazer o quê, né?”, ironiza essa órfã de 21 anos, que vibrou ao descobrir uma forma de colaborar com as despesas na casa da tia, em que mora desde a morte da avó. “O mercado de trabalho está difícil e eu não posso ficar esperando uma oportunidade”, diz.
Não é muito diferente o dia-a-dia de Leandro Coli Chagas, um morador de Morro Agudo de 28 anos cujo despertador toca às 4h30. “Saio de casa às 5h10 para pegar o ônibus da Vila Rica às 05h30”, conta esse jovem de 28 anos, que está prestes a se casar e economiza cada moeda para investir no enxoval. “Mesmo sentindo muito sono ao sair, não tenho escolha, pois mais do que nunca preciso trabalhar.”
Levar na boa
Apesar das noites mal-dormidas para chegar ao emprego, Leandro tem mais dificuldade com a volta de Inhaúma em um metrô superlotado. “As pessoas são muito estressadas”, conta ele. Mas ele não se deixa contaminar pelo mau humor dos companheiros de infortúnio no fim de um longo dia de trabalho. “Sou um cara tranqüilo”, diz com um sorriso. “Levo na boa o estresse dos outros.”
A volta para casa também parece mais incômoda para o motorista Fernando Aurélio, que trabalha para o Senac-Rio. “Por causa do trânsito, já cheguei em casa depois das 10h da noite”, reclama. Ele consegue evitar os engarrafamentos na parte da manhã obedecendo aos gemidos do despertador às 5h da manhã. Por causa disso, praticamente não vê a filha de seis anos. “Ligo durante o dia para saber como ela e minha mulher estão”, conforta-se ele.
Atenção de qualidade
Cátia da Cruz Torres também tem que deixar para trás uma filha sozinha quando sai de casa às 5h15 da manhã para sua dura jornada de trabalho na Amil. “Dói o coração, mas ela tem que passar o dia todo sozinha”, lamenta. É por isso que, quando volta, obriga-se a uma segunda jornada. “Tenho que dar atenção de qualidade a minha filha, senão ela reclama que vivo cansada e que nunca tenho tempo para ela.”
Geralmente, essas pessoas vivem dois momentos distintos. O primeiro é de felicidade, por conseguir a sonhada e a desejada ‘ralação’. O outro é de preocupação com os filhos, a volta para casa e o próprio medo de buscar seu sustento em lugares distantes de sua residência. Como nem todos podem se mudar para perto do trabalho, ou ao menos dormir no batente, têm que enfrentar o caótico trânsito do Rio de Janeiro em lotadas conduções no estressante horário do rush.
Mercado difícil
Faz cerca de oito meses que a enfermeira Joyce Luíza se rendeu às evidências da realidade e aceitou a proposta de emprego para cuidar de duas crianças em Ipanema, onde tem que chegar antes das 8h. “Fazer o quê, né?”, ironiza essa órfã de 21 anos, que vibrou ao descobrir uma forma de colaborar com as despesas na casa da tia, em que mora desde a morte da avó. “O mercado de trabalho está difícil e eu não posso ficar esperando uma oportunidade”, diz.
Não é muito diferente o dia-a-dia de Leandro Coli Chagas, um morador de Morro Agudo de 28 anos cujo despertador toca às 4h30. “Saio de casa às 5h10 para pegar o ônibus da Vila Rica às 05h30”, conta esse jovem de 28 anos, que está prestes a se casar e economiza cada moeda para investir no enxoval. “Mesmo sentindo muito sono ao sair, não tenho escolha, pois mais do que nunca preciso trabalhar.”
Levar na boa
Apesar das noites mal-dormidas para chegar ao emprego, Leandro tem mais dificuldade com a volta de Inhaúma em um metrô superlotado. “As pessoas são muito estressadas”, conta ele. Mas ele não se deixa contaminar pelo mau humor dos companheiros de infortúnio no fim de um longo dia de trabalho. “Sou um cara tranqüilo”, diz com um sorriso. “Levo na boa o estresse dos outros.”
A volta para casa também parece mais incômoda para o motorista Fernando Aurélio, que trabalha para o Senac-Rio. “Por causa do trânsito, já cheguei em casa depois das 10h da noite”, reclama. Ele consegue evitar os engarrafamentos na parte da manhã obedecendo aos gemidos do despertador às 5h da manhã. Por causa disso, praticamente não vê a filha de seis anos. “Ligo durante o dia para saber como ela e minha mulher estão”, conforta-se ele.
Atenção de qualidade
Cátia da Cruz Torres também tem que deixar para trás uma filha sozinha quando sai de casa às 5h15 da manhã para sua dura jornada de trabalho na Amil. “Dói o coração, mas ela tem que passar o dia todo sozinha”, lamenta. É por isso que, quando volta, obriga-se a uma segunda jornada. “Tenho que dar atenção de qualidade a minha filha, senão ela reclama que vivo cansada e que nunca tenho tempo para ela.”
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