quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um bom conselho

Conferência Municipal de Cultura reúne classe artística de Nova Iguaçu para eleger novo conselho
Por Flávia Ferreira, Felipe Rodrigo e Jeyce Cristine de Sá

A II Conferência Municipal de Cultura foi marcada pela participação. Diversos artistas discutiram, nos dias 26, 27 e 28 de junho, as políticas culturais adotadas em Nova Iguaçu e propuseram possíveis soluções para os problemas encontrados. A opinião era unânime quanto à importância da Conferência para a cidade e os artistas locais: o encontro é o fórum ideal para que a classe artística encaminhe sua luta por reformas e investimentos.
Durante os três dias, foi servido café da manhã, almoço e café da tarde para todos os
participantes. No fim de cada dia de debates, aconteceram apresentações artísticas e uma animada festa junina para levantar o astral dos presentes.

1° Dia
Embora a solenidade de abertura só tenha começado às 18h30, os trabalhos foram iniciados às 9 da manhã, com o credenciamento de todos os delegados inscritos. Um dos temas mais polêmicos do primeiro dia de trabalho foi a candidatura de artistas que, mesmo tendo um trabalho artístico em Nova Iguaçu, morem em outro município. O secretário municipal de Cultura Marcus Vinicius Faustini considerou o tema relevante, mas lembrou que aquele não seria o fórum adequado para se discutir. “Ela determina que apenas os moradores de Nova Iguaçu podem se candidatar ao conselho.” A noite terminou com um coquetel ao som de um delicioso forró.

2° Dia
A primeira mesa do segundo dia da conferência, iniciado após um farto café da manhã oferecido aos participantes, foi dedicada ao Plano Municipal de Cultura. Participaram desta mesa o escritor Écio Sales (Secretaria Municipal de Cultura), o produtor social Edilso Maceió (ong Cisane), Carmem Vargas (Secretaria Estadual de Cultura) e Lúcia Pardo (MINC).

Marcus Vinicius Faustine, desta vez como ouvinte, levantou as questões que nortearam as discussões da mesa: uma cultura capaz de mostrar Nova Iguaçu como um lugar da dignidade, a consolidação dos editais, a renovação da educação e a garantia de 1% para a cultura local. Também teve importante participação o militante negro Geraldo Magela, para quem o Plano Municipal de Cultura tem que incluir questões relacionadas à igualdade racial e à cultura africana.

Devir artista
Embora a programação da tarde previsse duas mesas, problemas de tempo obrigaram a organização a fundir as discussões sobre o lugar do artista no governo e os desafios do Conselho Municipal de Cultura a ser eleito no fim da conferência. O coordenador da primeira mesa, o artista multimídia Cézar Migliorin, falou do que chama de “devir artista” do governo, no seu entender mais importante do que a presença de artistas no governo. Como registrou no blog, saiu da palestra com a sensação de que não foi entendido pela platéia, mas feliz com o engajamento da classe artística de Nova Iguaçu com o trabalho feito pela Secretaria Municipal de Cultura, da qual é um dos adjuntos.

Para o produtor cultural Flávio Aliceto, diretor do centro cultural Aracy de Almeida, lugar de artista é no governo, sim senhor. “A gente não deve pensar em político artista, mas em um cidadão.” È esse cidadão comum que está sendo contemplado com os pontinhos de cultura, o edital lançado pela Secretaria Municipal de Cultura que distribuirá cerca de R$ 3 milhões para projetos que fundam cultura e educação nas escolas municipais de Nova Iguaçu. “O cidadão comum também é um artista, pois ele tem um olhar artístico sobre a cidade”, disse Aliceto.

3° Dia
A mesa “Nova Iguaçu falando para o mundo” abriu os trabalhos do terceiro dia da conferência. O rapper Dudu de Morro Agudo, que participou do debate com a professora Ivana Bentes (UFRJ) e o cineasta Marcus Vinicius Faustini (Secretaria Municipal de Cultura) resumiu o espírito da mesa ao falar da importância da tecnologia para dar visibilidade ao trabalho artístico. “O Enraizados é mais conhecido fora de Nova Iguaçu do que no meu bairro”, ironizou. Foi por intermédio da rede mundial que ele conseguiu impor seu projeto artístico em Morro Agudo.

Na volta do almoço, os artistas foram divididos em alguns grupos de trabalho. Uma das discussões que mais mobilizou esses grupos foi o uso do 1% do orçamento de Nova Iguaçu destinado à cultura, com o qual o prefeito Lindberg Farias já se comprometeu. Já era quase noite quando, após o lanche oferecido pela Prefeitura da cidade, a plenária voltou ao teatro para eleger seus conselheiros. Porém, ao contrário do que era esperado pela comissão organizadora, poucos foram os candidatos. Isso impossibilitou a eleição de todos os suplentes necessários. Daqui a quatro meses haverá outra reunião para eleger o restante dos suplentes.

Eleitos Pessoa Física
• Edilson Sampaio
• Ivone Batista Landim
• Vitor Lopes
• Marcelo Francis

Suplente de pessoa física
• Joseni de Fátima silva

Eleito pessoa jurídica
• Cisane – Edilso Maceió
• Escola Livre de Cinema – Anderson Barnabé
• Fundação Santa Sara Kali – Ilson Pontes
• MAB – Lurdinha
• Arquivo da Cúria Diocesana – Antonio Lacerda

Suplente pessoa jurídica
• SOBEM – Joseni de Fátima Silva

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