Por Flávia Ferreira
Fotos: Mariane Dias.
Bernardo Rocha Resende é mundialmente conhecido como o Bernardinho, o vitorioso treinador da seleção brasileira masculina de vôlei. Mas as idéias usadas para motivar os jogadores também podem ser aplicadas no mundo empresarial. Pelo menos foi isso o que se viu na palestra que deu para os funcionários da AMBEV (Companhia de Bebidas da América), no último sábado, no Rio Sampa.
A intenção de Bernardinho e de sua comissão técnica é desafiar cada jogador a empenhar mais. "O desafio atual é o da busca", ele disse. Um antídoto para a acomodação, que no entender do treinador é um dos entraves ao desenvolvimento humano, é o libero Sérgio Dutra dos Santos, o Escadinha. "Ele corre atrás da bola como se estivesse atrás de um prato de comida", comparou Bernardinho.
Com exemplos divertidos, o treinador da seleção brasileira de vôlei começou a palestra dizendo que não basta ter talento para vencer na vida. "O sucesso é uma mistura do talento com a determinação", disse ele. Esse casamento foi determinante na carreira de vencedores como Ayrton Senna, Michael Jordan, Michael Schumacher.
Mas o que é uma pessoa determinada? Onde uma pessoa talentosa encontra motivação para superar os obstáculos que a separam do sucesso? Para Bernardinho, ela deve procurar a resposta no próprio coração. "O que move os vencedores não é a necessidade, mas a paixão", afirmou.
Paixão
Para ilustrar essa teoria, Bernardinho lembrou uma conversa que teve com José Montanaro Júnior, o Montanaro. Companheiro do tempo em que ambos jogavam na seleção brasileira, Montanaro perguntou a Bernardinho. "Pra que tanta ralação, se a gente não ganha nada? Por que a gente não larga essa vida e vai trabalhar com o pai?"
Talento, determinação e paixão são fundamentais na constituição de uma equipe vitoriosa, mas Bernardinho enumerou outros elementos. "Só chegaremos onde queremos com a participação de todos", afirmou. "Todos são parte integrante do processo".
Mais uma vez ele recorreu a um exemplo pessoal para mostrar seu ponto de vista. "Oito dos principais jogadores da seleção não chegaram à final com os seus times de origem", contou. Preocupado com os jogadores da seleção mesmo quando eles estão jogando pelos clubes, ele ficou desesperado com o pífio resultado obtido por eles no campeonato nacional. "Liguei para uns, mandei e-mails para outros e outros não fiz nada." Pode parecer estranho, mas as melhores respostas que obteve foi dos jogadores com os quais brigou. "Eles preferem que a gente brigue à indiferença."
Fome de futuro
A intenção de Bernardinho e de sua comissão técnica é desafiar cada jogador a empenhar mais. "O desafio atual é o da busca", ele disse. Um antídoto para a acomodação, que no entender do treinador é um dos entraves ao desenvolvimento humano, é o libero Sérgio Dutra dos Santos, o Escadinha. "Ele corre atrás da bola como se estivesse atrás de um prato de comida", comparou Bernardinho.
Mas o excesso de amor à camisa também pode ser prejudicial, como Bernardinho explicou com o exemplo da época em que ele e o irmão jogavam no Fluminense. Ele sempre brigava com o irmão e com freqüência era expulso dos treinos. "Tomei milhares de banhos antecipados."
Um dia, ele chamou o treinador para conversar e perguntou por que, mesmo inocente, era expulso. "Ele disse que meu irmão não queria nada e que se o mandasse embora ele não voltaria." Já Bernardinho voltava com mais garra ainda quando era mandado para casa mais cedo. "A vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer."
O treinador apresentou uma última pedra na construção da ponte entre os nossos sonhos e as nossas realizações: a disciplina. Ela será fundamental para que superemos nossos adversários, que querem têm tanta vontade de vencer quanto nós. "A diferença está na continuidade da preparação e na disciplina com que construímos nossa estrada".
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