Por Sheila Santana Loureiro, Laudicéia da Silva dos Santos e Tamires Ferreira de Souza
A regra é clara, como diria o comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho: quando estão indo ou voltando da escola, os estudantes da rede pública têm direito a gratuidade nos ônibus. Mas os motoristas das linhas de Nova Iguaçu, seja por orientação dos seus superiores, seja por implicância pessoal, parecem ter um prazer todo especial em deixar os jovens uniformizados na pista. A idiossincrasia deles chegou a um ponto tal que alguns jovens estão abandonando os estudos. Há também muitos casos de estudantes que se machucaram enquanto tentavam pegar o ônibus pelo rabo.
Com 20 anos, a estudante Tamires Ferreira parou de freqüentar os cursos de comunicação por causa das seguidas vezes que foi deixada na pista pelos motoristas da Salutram e da Vila Emil. "Quando acontecia o milagre de eles pararem", conta a estudante, "eles implicavam com a carteirinha." Como revela Daniele, moradora de Rodilândia, o caso de Tamires está longe de ser uma exceção. "Abandonei o Colégio Antônio da Silva porque cansei de ver o ônibus passando direto", diz a ex-estudante, que se sentia envergonhada com a zoação que os demais passageiros da linha Vila Emil e Salutram.
O descaso dos motoristas da empresa Nilopolitana, que fazem a linha de integração Cabral/Austin, atinge até mesmo jovens grávidas. "Parei no 3º ano do ensino fundamental porque desanimei com o número de vez que o ônibus passou direto", lembra a ex-estudante. Talvez ela volte só depois que o menino esteja crescido, pois tem consciência de que pode ser vítima de episódios como o que por pouco não custou a vida da estudante Flávia da Silva, que na noite chuvosa de 6 de junho deste ano passou uma hora esperando o ônibus Pavuna que a levaria do CIEP 134 até sua casa. Desesperada com os ônibus que ignoravam os seus acenos, ela saiu correndo em direção ao coletivo que enfim parou. "Corri tanto que tomei um tombo e me machuquei toda", conta. A estudante só entrou no Pavuna, da São José, porque outros passageiros lhe deram a mão, para que se levantasse.
Não foi muito diferente com a jovem repórter Sheila Santana Loureiro, moradora da Praça do Batuta. Esta matéria nasceu em uma noite em que, depois de ver três ônibus passando direto, apressou-se para subir na única viação que se dispôs a parar. "Mas o motorista fechou a porta na hora que eu estava subindo", desabafa a estudante. Com a perna e o braço presos, Sheila só não foi arrastada porque seus colegas de escola começaram a gritar para o motorista. "Se não fosse por eles, acho que não estaria aqui contando esta história." Depois de tomar uma injeção na farmácia para aliviar a dor, Sheila foi até a empresa que faz a linha São José. "Mas eles não fizeram nada."
Também moradora da Praça do Batuta e aluna do CIEP 134, Andréa da Costa é outra vitima do descaso da linha Pavuna. Para evitar as humilhações a que Flávia da Silva se submeteu, Andréa da Costa prefere pegar o ônibus em outra parada e pagar a passagem. Além de pagar a passagem, a estudante Iguana de Oliveira se lembra de um dia em que, apressada para resolver alguns problemas em Campo Grande, tirou a blusa do uniforme para não ser confundida com os colegas de escola no ponto de ônibus, na Estrada de Madureira. "Eu estava com o passe e a carteirinha da escola", conta Iguana. "Mas os ônibus passavam diretos."
Além de desestimular os estudantes, os motoristas de ônibus têm o poder de destruir projetos de longo prazo no tempo de um aceno de mão ignorado. Foi isso que aconteceu com o funkeiro e lutador de artes marciais Maicon Soares da Silva, no dia em que estava indo fazer a prova de um concurso da Marinha do Brasil. "Passei três meses me preparando", lembra Maicon. Ele ainda tentou usar sua extraordinária força física para chegar a tempo na estação mais próxima de sua casa, mas o trem deu defeito e ele enfim perdeu a prova. "Perdi três meses da minha vida", lastima o funkeiro.
Com 20 anos, a estudante Tamires Ferreira parou de freqüentar os cursos de comunicação por causa das seguidas vezes que foi deixada na pista pelos motoristas da Salutram e da Vila Emil. "Quando acontecia o milagre de eles pararem", conta a estudante, "eles implicavam com a carteirinha." Como revela Daniele, moradora de Rodilândia, o caso de Tamires está longe de ser uma exceção. "Abandonei o Colégio Antônio da Silva porque cansei de ver o ônibus passando direto", diz a ex-estudante, que se sentia envergonhada com a zoação que os demais passageiros da linha Vila Emil e Salutram.
O descaso dos motoristas da empresa Nilopolitana, que fazem a linha de integração Cabral/Austin, atinge até mesmo jovens grávidas. "Parei no 3º ano do ensino fundamental porque desanimei com o número de vez que o ônibus passou direto", lembra a ex-estudante. Talvez ela volte só depois que o menino esteja crescido, pois tem consciência de que pode ser vítima de episódios como o que por pouco não custou a vida da estudante Flávia da Silva, que na noite chuvosa de 6 de junho deste ano passou uma hora esperando o ônibus Pavuna que a levaria do CIEP 134 até sua casa. Desesperada com os ônibus que ignoravam os seus acenos, ela saiu correndo em direção ao coletivo que enfim parou. "Corri tanto que tomei um tombo e me machuquei toda", conta. A estudante só entrou no Pavuna, da São José, porque outros passageiros lhe deram a mão, para que se levantasse.
Não foi muito diferente com a jovem repórter Sheila Santana Loureiro, moradora da Praça do Batuta. Esta matéria nasceu em uma noite em que, depois de ver três ônibus passando direto, apressou-se para subir na única viação que se dispôs a parar. "Mas o motorista fechou a porta na hora que eu estava subindo", desabafa a estudante. Com a perna e o braço presos, Sheila só não foi arrastada porque seus colegas de escola começaram a gritar para o motorista. "Se não fosse por eles, acho que não estaria aqui contando esta história." Depois de tomar uma injeção na farmácia para aliviar a dor, Sheila foi até a empresa que faz a linha São José. "Mas eles não fizeram nada."
Também moradora da Praça do Batuta e aluna do CIEP 134, Andréa da Costa é outra vitima do descaso da linha Pavuna. Para evitar as humilhações a que Flávia da Silva se submeteu, Andréa da Costa prefere pegar o ônibus em outra parada e pagar a passagem. Além de pagar a passagem, a estudante Iguana de Oliveira se lembra de um dia em que, apressada para resolver alguns problemas em Campo Grande, tirou a blusa do uniforme para não ser confundida com os colegas de escola no ponto de ônibus, na Estrada de Madureira. "Eu estava com o passe e a carteirinha da escola", conta Iguana. "Mas os ônibus passavam diretos."
Além de desestimular os estudantes, os motoristas de ônibus têm o poder de destruir projetos de longo prazo no tempo de um aceno de mão ignorado. Foi isso que aconteceu com o funkeiro e lutador de artes marciais Maicon Soares da Silva, no dia em que estava indo fazer a prova de um concurso da Marinha do Brasil. "Passei três meses me preparando", lembra Maicon. Ele ainda tentou usar sua extraordinária força física para chegar a tempo na estação mais próxima de sua casa, mas o trem deu defeito e ele enfim perdeu a prova. "Perdi três meses da minha vida", lastima o funkeiro.
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