quinta-feira, 5 de junho de 2008

Nova Iguaçu vai à Corte

Exposição no Museu Histórico Nacional mostra o legado da Corte no Rio de Janeiro.


Por Lucas Lima

Os alunos da escola privada Instituto Educacional Teixeira Carelli e Leite, situada em Nova Iguaçu, visitaram o Museu Histórico Nacional na tarde do dia 21 de maio. Ele é a sede da exposição internacional "Um Novo Mundo, Um Novo Império: A Corte Portuguesa no Brasil". A exposição, que faz parte das comemorações dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil, era a única exposição prevista na agenda de eventos do Rio de Janeiro.

A exposição mostra os aspectos econômicos, políticos e culturais da vinda da família real portuguesa, bem como o contexto histórico que cercou D. João VI, o primeiro monarca europeu a atravessar o oceano Atlântico.
Dividida em núcleos e temas, a exposição conta com objetos e documentos de importantes instituições públicas e particulares brasileiras e portuguesas, muitos dos quais inéditos. O público tem a oportunidade de conhecer desde a situação na Europa com as guerras napoleônicas, que motivaram a vinda da Corte para o Brasil, até os motivos que levaram à proclamação da Independência do Brasil pelo Imperador D. Pedro I.


O núcleo inicial aborda as conquistas de Napoleão na Europa, seguidas de biografias dos personagens envolvidos no conflito – o próprio Napoleão, Carlos IV, D. Maria I e Jorge III. Já o segundo fala do embarque da Corte em Lisboa e das dificuldades enfrentadas ao longo dos 54 dias de travessia do Atlântico, até sua chegada à Bahia, em 22 de janeiro de 1808. Além de um importante conjunto de arquivos, a exposição mostra documentos do Arquivo Nacional e da Biblioteca Nacional. Também é possível se ler o processo da "Abertura dos Portos às Nações Amigas", uma das primeiras providências tomadas por D. João ao chegar à Bahia, marco inicial do desenvolvimento comercial brasileiro.Temos ainda o terceiro núcleo, dedicado às mudanças realizadas para permitir o funcionamento do Estado português em solo brasileiro. Exemplos dessas mudanças são: o livre comércio, o estabelecimento de indústrias, a introdução de novos hábitos culturais e a criação de importantes instituições. Este núcleo da exposição também nos permite compreender a redefinição do panorama urbano, a introdução de novos estilos arquitetônicos - sobretudo a partir da vinda da missão artística francesa de 1816 - e a mudança do comportamento da sociedade. Com a chegada da Corte, o Rio de Janeiro passou a viver de maneira cosmopolita. Os saraus, as festas e as apresentações teatrais retratavam a efervescente vida política, social e cultural.O penúltimo núcleo da exposição aborda os conflitos que se instalaram no Brasil e em Portugal a partir de 1817, até o retorno de D. João VI em 1820, o que efetivamente ocorreu em 1821, após treze anos em terras brasileiras. Ao voltar para Portugal, D. João VI deixou um Rio de Janeiro bem diferente daquela cidade provinciana que encontrou em 1808. Seu legado transformou o Rio de Janeiro na sede do maior Império das Américas. A exposição se encerra com o núcleo dedicado à Proclamação da Independência do Brasil pelo Imperador D. Pedro I.

Os jovens alunos puderam aprofundar seu conhecimento com fatos concretos da colonização de seu país. Como disse a estudante Jessyca Pereira, de 16 anos, a experiência é fundamental para que os alunos tenham um rendimento bem mais desenvolvido do que em sala de aula. "Pude imaginar como eles viviam através de seus objetos", declarou Jessyca. A também Francilene Pacheco, de 16 anos, saiu da exposição com a sensação de que "é aprendendo a história que compreendemos o nosso presente".A exposição "Um Novo Mundo, Um Novo Império: A Corte Portuguesa no Brasil" ficará no Museu Histórico Nacional até o dia de 8 de junho.

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