terça-feira, 27 de maio de 2008

A missão de Zezé Mota

Superintendente da Igualdade Racial do Rio de Janeiro discute movimento negro no Sylvio Monteiro.

Por Daniel Santos

O Espaço Cultural Sylvio Monteiro serviu de palco, na segunda-feira 19 de maio, para que representantes do movimento negro discutissem um assunto bastante polêmico no país e no mundo: igualdade racial. No centro de uma mesa composta por representantes do movimento negro de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e até da África, estava a Superintendente da Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro, a atriz Zezé Mota.

A reunião começou com a lembrança do ato promovido no dia 13 de maio, na Praça Rui Barbosa. Os organizadores do ato atribuíram o sucesso do ato à união do governo municipal com a sociedade civil. O ato, que durou cerca de oito horas, mobilizou artistas de toda a Baixada Fluminense.

Depois dos elogios ao ato do dia 13 de maio, os participantes da reunião com Zezé Mota começaram a discutir projetos do interesse da causa negra. “A questão racial caminha lentamente”, afirmou a superintendente estadual. Para ela, uma das muitas coisas a serem feitas pelos negros é lutar por uma equiparação salarial com os brancos. “Nós ganhamos muito menos”, disse ela, indignada.

Zezé Mota não esqueceu as conquistas do movimento negro, porém. Depois de elogiar a lei que trata o racismo como crime, ela analisou o mercado de trabalho para o ator negro. “Uma das principais evoluções é a inclusão de um maior número de negros em novelas e com papéis diversificados”, disse ela. Para a atriz, chegou a hora de reverter esse quadro no cinema. “Até agora o cinema brasileiro só usa o negro como bandido”, protestou.

A platéia fez diversas sugestões. Uma das pessoas presentes propôs um trabalho de valorização da cultura negra nas escolas. Também foi proposta a criação de um númeo maior de eventos que promovam a igualdade racial e digam não ao preconceito.

No fim da reunião, Zezé Mota elogiou a beleza do espaço cultural e revelou um dos seus desejos: “Sonho com a criação de um museu em memória do negro e do índio”, disse. Baseando-se no exemplo do ministro Gilberto Gil, a atriz Zezé Mota encerrou o evento mostrando seu talento e cantou “A missão”, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro.

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